Concílio de Florença

Florença, Concílio de (1438) Com seu claro reconhecimento da autoridade papal e suas tentativas, quer bem-sucedidas quer frustradas, de realização da unidade cristã, o Concílio de Florença revela elementos de fraqueza e de força no movimento conciliar do século XV. Em 1437, o papa Eugênio IV transferiu o pernicioso Concílio de Basileia para Ferrara e em 1438 para Florença. Um grupo remanescente permaneceu em Basileia, num desafio ao papa. Uma poderosa delegação grega visitou o Concílio, chefiada pelo imperador bizantino João VIII, procurando ajuda militar para Constantinopla e oferecendo em troca a união religiosa; fórmulas de acordo, mediante concessões mútuas, foram combinadas em relação a divergências teológicas a respeito da cláusula Filioquee o tipo de pão usado para a Eucaristia. Em compensação, iniciava-se uma Cruzada com patrocínio papal, mas que foi desbaratada em Varna em 1444. A queda de Constantinopla, em uma década, liquidou com todas as esperanças de união.

Outras uniões religiosas estabelecidas em Florença foram mais permanentes: os latinos foram unidos à Igreja copta do Egito (1440), aos armênios (1439), caldeus e maronitas (1445). O Concílio também desferiu um significativo golpe nos elementos antipapais do movimento. Sérias deliberações com os gregos tiveram lugar em Florença, não em Basileia; considerou-se que a autoridade suprema residia no papa e não no Concílio per se. Após a morte de Eugênio IV (1447), Nicolau V conseguiu a reconciliação com os cardeais recalcitrantes que permaneceram em Basileia. (DIM)

DIcionário da Idade Média