No início da Idade Média, a Cornualha juntou-se a Devon e ao Somerset ocidental formando um reino britânico relativamente vasto — o reino de Dumnônia — e do qual há comprovações da existência de reis desde o começo do século VI. Muitas tradições com ampla circulação em toda a Idade Média, como a de Tristão e Isolda, localizaram seus heróis do passado nessa região. A colonização irlandesa já tinha provavelmente ocorrido por volta de 500 na parte mais ocidental do reino, pois o movimento deixou vestígios de palavras irlandesas em nomes de lugares, e de escrita irlandesa em pedras tumulares. Entretanto, a pressão vinda do leste era mais forte e os ingleses tinham conquistado Somerset e Devon no século VIII, atingindo o rio Tamar em 710, penetrando na Cornualha oriental em 722, e assim confinando o reino de Dumnônia à área agora conhecida como Cornualha; o termo inglês “Cornwall” originou-se nessa época. O reino de Dumnônia assim reduzido sobreviveu por quase dois séculos mais, embora os ingleses já viessem realizando explorações na Cornualha durante todo o século IX, e a morte de seu último rei ocorreu em 875. Depois disso, a Cornualha independente desapareceu.
Os ingleses estabeleceram-se em muitas partes do sudoeste, mas não em número suficiente para varrer a forma característica de fala britânica na península, conhecida como Córnico Primitivo, e ancestral da moderna linguagem córnica. Embora houvesse alguma colonização de ingleses nas terras mais ricas do leste do condado, a Cornualha manteve seu caráter céltico e contatos permanentes com seus vizinhos celtas ao norte e ao sul, no País de Gales e na Bretanha, compartilhando do culto a santos celtas, preservado nessas regiões. Apesar de suas pequenas dimensões e dos ataques constantes, suas instituições religiosas (como a de Bodmin) e seus centros de cultura parecem ter prosperado. No século X, os ingleses apoiaram-se nos manuscritos e nos homens doutos da Cornualha para a renovação da cultura escrita associada à reforma religiosa do século X. (DIM)