Devemos lembrar, de passagem, embora já o tenhamos assinalado em muitas ocasiões, que Jano tinha ainda uma outra função: era o deus das corporações de artesãos ou Collegia Fabrorum, que celebravam em sua honra as festas solsticiais de inverno e de verão. Mais tarde, esse costume manteve-se ainda nas corporações de construtores; mas, com o cristianismo, as festas solsticiais identificaram-se ao São João de inverno e ao São João de verão (daí a expressão “Loja de São João”, que se conservou até mesmo na maçonaria moderna). Trata-se de um exemplo da adaptação de símbolos pré-cristãos, com grande frequência desprezada ou mal interpretada pelos modernos. (Guénon)