Se considerarmos as duas rodas de um carro como representações do Céu e da Terra, poder-se-ia talvez objetar que, como são ambas circulares, a diferença de formas geométricas que lhes corresponde mais comumente não aparece nesse caso. Porém, nada nos impede de admitir que existe aí uma certa mudança de ponto de vista, em que a forma circular se justifica de qualquer modo como símbolo das revoluções cíclicas a que está submetida toda manifestação, tanto “terrestre” quanto “celeste”. Entretanto, pode-se também, de uma certa maneira, recobrar essa diferença supondo que, enquanto a roda “terrestre” é plana a roda “celeste” tem, como o domo, a forma de uma secção da esfera (uma calota). Tal consideração pode parecer estranha à primeira vista, mas existe de fato um objeto simbólico que une em si a estrutura da roda e do domo. Esse objeto, cuja significação “celeste” não sofre a menor dúvida, é o guarda-sol (chhatra). (Guénon)