Um dos principais sentidos é o que se refere ao princípio feminino ou passivo da manifestação, isto é, à Prakriti, a substância universal. A esse respeito, a flor equivale a certo número de outros símbolos, dentre os quais um dos mais importantes é o cálice. Como este, a flor evoca por sua própria forma a ideia de “receptáculo”, o que a Prakriti é para as influências emanadas de Purusha; fala-se também, comumente, do “cálice” de uma flor. Por outro lado, o desabrochar da flor representa ao mesmo tempo o desenvolvimento da própria manifestação, considerada como produção de Prakriti. [Guénon]
O uso de flores no simbolismo é, como se sabe, muito difundido e pode ser encontrado na maior parte das tradições. É também muito complexo e a nossa intenção aqui só pode ser a de indicar algumas significações mais gerais. É evidente, com efeito, que, conforme se considere como símbolo uma ou outra flor, o sentido deve variar, ao menos em suas modalidades secundárias, e também que, como ocorre de modo geral no simbolismo, cada flor tenha em si mesma uma pluralidade de significações, ligadas entre si por certas correspondências. [Guénon]