grão

Nos textos sagrados da índia, encontramos o seguinte: “O Atma (o Espírito divino), que reside no coração, é menor que um grão de arroz, menor que um grão de cevada, menor que um grão de mostarda, menor que um grão de milhete, menor que o germe que está no grão de um milhete; o Atma, que reside no coração, é também maior que a terra, maior que a atmosfera, maior que o céu, maior que todos esses mundos juntos”. É impossível não notarmos a semelhança dos termos dessa passagem com os da parábola evangélica à qual nos referimos há pouco: “O Reino dos Céus é semelhante a um grão de mostarda que um homem tomou e semeou em seu campo. É na verdade a mais pequenina de todas as sementes, mas, crescendo, é a maior das hortaliças e faz-se árvore de modo que as aves do céu vêm pousar nos seus ramos.”

A esse paralelo, que parece impor-se, uma só objeção poderia ser levantada: é verdadeiramente possível assimilar ao “Atma que reside no coração” o que o Evangelho designa como o “Reino dos Céus” ou o “Reino de Deus”? O próprio Evangelho fornece resposta a essa questão, e de modo claramente afirmativo. De fato, aos fariseus que perguntavam quando viria o “Reino de Deus”, entendendo-o num sentido exterior e temporal, Cristo diz as seguintes palavras: “O Reino de Deus não vem ostensivamente, nem se dirá: ei-lo aqui, ei-lo ah; pois o Reino de Deus está dentro de vós, Regnum Dei intra vos est”. (Guénon)

Páginas afim

Terminologia