O reino de Gwynedd situa-se no ângulo noroeste de Gales e incluía a ilha de Anglesey, as terras baixas em contraste com as montanhosas de Snowdonia. Há evidências da existência de reis desde o começo do século VI e mesmo nessa data eles já são mencionados em termos que sugerem uma preeminência entre os reis galeses. Os reis de Gwynedd, ao contrário de outros monarcas de Gales, tiveram ampla projeção em toda a Grã-Bretanha inglesa do século VII e a pedra tumular de Llangadwaladr, em Anglesey, em memória do rei Cadfan, meados do século VII, chama-lhe “o mais sábio e o mais renomado de todos os reis”. Mais tarde, especialmente com Rhodri Mawr, no século IX, foram absorvidos, apesar de permanecerem separados, os reinos galeses de Powys e Ceredigion, no sudoeste.

Gwynedd passou por um período de dominação meridional mas sobreviveu para tornar-se o foco de resistência galesa contra ingleses e normandos. A conquista normanda da Inglaterra teve repercussões imediatas para o País de Gales. Inicialmente, os normandos foram muito bem-sucedidos em Gwynedd, mas depois da morte do conde Hugo de Shrewsbury em Anglesey, em 1098, o domínio deles afrouxou. Daí em diante, a região fronteiriça e grande parte do sul foram governados por senhores da marca (fronteira), mas os príncipes de Gwynedd, especialmente Owain Gwynedd (1137-70), preservaram clara independência.

No início do século XIII, Llywelyn ab Iorwerth — Llywelyn, o Grande (1200-40) — consolidou sua autoridade como príncipe da Gales do Norte (e, na verdade, mais extensamente de toda a Gales), sujeito à vassalagem que prestou ao monarca inglês. Após sua morte, novos progressos foram realizados por seu neto Llywelyn ap Gruffydd (1255-82), cuja posição como príncipe de Gales com controle feudal sobre “todos os barões galeses de Gales” foi aceita pelos ingleses no Tratado de Montgomery (1267).

A sucessão de Eduardo I no trono da Inglaterra trouxe, porém, a derrota e Llywelyn ap Gruffydd foi morto (dezembro de 1282) na segunda fase das guerras galesas de independência, sendo toda a resistência finalmente abandonada em junho de 1283. A obra que tinha sido realizada na formação e consolidação de um principado territorial foi vantajosamente aproveitada por Eduardo I e seus sucessores.

Embora nunca mais voltassem a estar tão próximos da independência, os príncipes galeses, como Owain Glyndwr (c. 1365-c. 1417), continuaram rebelando-se contra o domínio inglês até a subida ao trono da Inglaterra de Henrique VII Tudor, de estirpe Anglesey, após a batalha de Bosworth em 1485. (DIM)