A tendência moderna, tal como vemos se afirmar no protestantismo, é antes de mais nada a tendência ao individualismo, que se manifesta de modo claro pelo “livre exame”, negação de qualquer autoridade espiritual legítima e tradicional. Esse mesmo individualismo, do ponto de vista filosófico, afirma-se de igual modo no racionalismo, que é a negação de qualquer faculdade de conhecimento superior à razão, ou seja, ao modo, individual e puramente humano da inteligência. (…) O individualismo, assim entendido na ordem intelectual, tem como consequência quase que inevitável o que se poderia denominar uma “humanização” da religião, que acaba por degenerar em “religiosidade”, isto é, por nada mais ser que um simples assunto de sentimento, um conjunto de aspirações vagas e sem objeto definido. (Guénon)