indução baconiana

A teoria da indução constitui a peça central do célebre trabalho de F. Bacon, o Novum organon. Após ter, em uma “pars destruens”, purgado o espírito de todos os preconceitos, “ídolos”, que o impedem de progredir na ciência, Bacon se volta para a definição e o método desta. O intuito teórica da ciência é, para Bacon, a descoberta das “formas”, objetivo que, diga-se de passagem, tem mais afinidade com o ideal aristotélico do que com a ciência moderna. Eis como se deve proceder:

Inicialmente, procura-se recolher o conjunto dos fatos experimentais (história generalis) depois, organizam-se esses fatos em mapas:

Mapa das presenças, agrupando todos os fatos em que se acredita encontrar a forma que se procura.

Mapa das ausências, onde se reúnem os fatos em que a forma procurada se ache ausente.

Mapa dos graus: onde são consignados os fatos nos quais a forma em questão existe em diferentes graus.

Começa então o trabalho propriamente dito da indução, que se efetua em duas “instâncias” principais. Exclui-se, de início, as naturezas que não podem ser a forma procurada, depois tenta-se determiná-la positivamente. Essas operações constituem a “vindemiatio prima”. Terminada a primeira vindima, recorre-se às “auxilia inductionis”: Bacon havia previsto nove séries delas. Entretanto apenas nos deixou uma única, a das “praerrogativa instantiarum”, fatos que têm o privilégio de nos colocar na trilha da definição procurada. Assinalemos simplesmente que existem 27 dessas categorias. (Gardeil)

DIcionário da Idade Média