Jerusalém Celeste

A “Jerusalém Celeste”, enquanto “Centro do Mundo”, identifica-se de fato à “morada da imortalidade”. [Guénon]


No simbolismo apocalíptico da tradição cristã, a “Jerusalém Celeste” é totalmente iluminada pela luz do Cordeiro que repousa no seu centro “como que imolado”, portanto num estado de “não-agir”. Podemos acrescentar ainda, a esse respeito, que a imolação do Cordeiro “desde o começo do mundo” é, na realidade, a mesma coisa que o sacrifício védico de Purusha. [Guénon]


Se tomarmos como referência a descrição apocalíptica da “Jerusalém Celeste”, é fácil observar que seu plano reproduz exatamente o acampamento dos hebreus (v. doze tribos). Ao mesmo tempo, esse plano é também idêntico à figura do horóscopo quadrado. A cidade, que é de fato construída de forma quadrangular, tem doze portas, sobre as quais estão escritos os nomes das doze tribos de Israel. Essas portas estão distribuídas do mesmo modo sobre os quatro lados: “três portas para o lado do oriente; três portas para o norte; três portas para o sul e três portas para o ocidente.” É evidente que essas doze portas correspondem também aos doze signos zodiacias; as quatro portas principais, isto é, as que estão no meio dos lados do quadrado, correspondem aos signos solsticiais e equinociais; e os doze aspectos do Sol referem-se a cada um dos signos, ou seja, aos doze Adityas da tradição hindu, que aparecem sob a forma dos doze frutos da “Árvore da Vida”, a qual, colocada no centro da cidade, “dá fruto a cada mês”, isto é, exatamente de acordo com as posições sucessivas do Sol no Zodíaco, no curso do ciclo anual. Enfim, essa cidade, “que desce do céu para a terra”, representa de modo muito claro, pelo menos em uma de suas significações, a projeção do “arquétipo” celeste na constituição da cidade terrestre. E pensamos que tudo o que acabamos de expor mostra de forma suficiente que esse “arquétipo” é simbolizado essencialmente pelo Zodíaco. [Guénon]

Terminologia