Movimento cismático e, em última instância, herético, que se propagou do Egito ao Oriente, tendo por origem a exagerada insistência em uma só natureza do Cristo. Essa abordagem levou Diodoro de Tarso a referir-se a Maria como Christokos (“portadora do Cristo”), um ponto de vista esposado por Nestório. Para defender a ortodoxia, São Cirilo tinha empregado uma fórmula apolinarista, a de uma natureza do Deus encarnado. Seu uso da frase era rigorosamente não-herético, mas havia um problema no uso da palavranatureza” (physis). Quando os teólogos do Concílio de Calcedônia (451) e, antes deles, Nestório, falaram de duas naturezas, empregaram uma interpretação tradicional da palavra physis em que ela é inteiramente distinta da hipostasis (substância), tal como é usada na teologia da Trindade para as pessoas. Os monofisistas rejeitaram a doutrina de Calcedônia e o argumento de Cirilo por razões mais semânticas do que doutrinárias. Teólogos como Severo de Antioquia apresentaram uma sólida base teológica para o movimento. Eles não eram heréticos formais porquanto mantiveram totalmente a integridade das duas naturezas, sem se confundirem, no Cristo depois da Encarnação. Apenas alguns grupos dispersos sustentaram a posição herética de que a divindade do Cristo absorvia a humanidade, ou vice-versa. Tentativas imperiais foram feitas para acomodar os dissidentes, com pouco êxito. Finalmente, o Concílio de Constantinopla (553) restringiu severamente a posição teológica do monofisismo; isso foi parcialmente bem-sucedido, mas deu oportunidade para o surgimento de novas heresias. (DIM)