Heresia cristológica do século VII que se originou nas tentativas dos ortodoxos, muitas vezes por motivos políticos, de fazer os monofisistas regressarem à ortodoxia. Usaram fórmulas que expressaram existir em Cristo somente uma operação (energeia) proveniente de uma única vontade (mono thelema). Embora o mono-energismo pudesse denotar uma única operação coordenando as vontades divina e humana em Cristo, isso foi popularmente entendido como uma única fonte que destruía o livre-arbítrio do Cristo. Essa tendência para uma acomodação com os monofisistas refletiu-se no Ato de União (633) do imperador Heráclio, um documento fortemente influenciado pelas ideias de Sérgio I, patriarca de Constantinopla. O monge Sofrônio de Jerusalém deixou isso bem claro a Sérgio e, ao ser elevado ao Patriarcado de Jerusalém em 634, remeteu a Roma sua Epístola Synodica, expondo os perigos.
Seus temores concretizaram-se na imperial Ecthesis de Heráclio (638), que João IV (640-42) condenou num sínodo romano. Em 647, o papa Teodora I excomungou Paulo, patriarca de Constantinopla, por não ter condenado o monotelismo, e quando o imperador Constante II promulgou um typos (regra para a fé), o novo papa Martinho I viu-se forçado a condenar formalmente o monotelismo no sínodo. O imperador reagiu capturando o papa, levando-o para Constantinopla, torturando-o e finalmente exilando-o. Em 680-81, o sucessor de Constante II, Constantino IV, autorizou o Concílio de Constantinopla, convocado pelo papa Agatão. Isso eliminou os mal-entendidos afirmando que as duas atividades naturais e as duas vontades naturais existiam, embora mantendo o livre-arbítrio do Cristo. Sublinhava a inseparabilidade, distinção e harmonia dessas duas vontades em Cristo, desse modo refutando claramente os princípios básicos do monotelismo. (DIM)