A religião da Gália só chegou até nós através da interpretação que lhe foi dada pelos Romanos. César menciona um deus supremo que identifica com Mercúrio e quatro outros deuses, respectivamente identificados como Apolo, Marte, Júpiter e Minerva. Apesar de este testemunho ser fortemente controverso, parece no entanto ser bem fundamentado à luz da arqueologia. Mercúrio deve ser o deus, do qual ainda existem inúmeras estatuetas, a que os Irlandeses chamam Lugh. O seu nome é atestado em muitas topônimos.
Dado que os celtas ofereciam vítimas humanas a três divindades (Teutates, Esus e Taranis), cada uma delas poderia ser, exatamente, o Marte de Júlio César. Teutates parece mais um nome genérico significando «deus da tribo» (cf. o irlandês tuath, «pequeno reino tribal»).
Há vários candidatos ao título de Apolo e ele não é livre de escolher entre eles. Mais de quinze nomes, como Belenus, Bormo, Grannus, etc, designam-no.
O Júpiter gaulês era o antepassado mítico dos druidas. Ele não foi identificado.
Minerva identificava-se com várias divindades locais, como o demonstram bem a iconografia assim como também as inscrições votivas. Na Irlanda, uma destas divindades era Brighid, associada à poesia, à medicina e à técnica. A sua personalidade mítica e festa sobreviveram ambas sob o disfarce fornecido pela santa cristã Brigitte (Brighid de Kildare).
Os monumentos representados conservam o aspecto e o nome de várias outras divindades, como os deuses silvestres Sucellus e Nantos, e sobretudo o deus Cernunnos («cornudo»), que tem cornos de veado. (Eliade)