São Patrício

Patrício, São (c. 390461) O Patrício histórico está escondido em lendas hagiográficas, muitas vezes inventadas para consolidar as pretensões do primaz de Armagh. Alguma informação idônea pode ser obtida em sua própria obra: Confessio é uma descrição autobiográfica de seu desenvolvimento espiritual e de sua missão; a Epístola a Coroticus atacou o tráfico de escravos britânico e aqueles clérigos que o toleravam, enquanto que Lorica (loriga ou cota de malha) é um tratado devocional. Patrício era filho de um decurião (chefe de pessoal do palácio) britânico e, na juventude, foi capturado por traficantes de escravos e vendido na Irlanda. Foi usado como pastor e, em seu isolamento, passou por uma profunda conversão espiritual.

Escapou para o continente com a intenção de voltar como missionário, e recebeu algum treinamento para o sacerdócio antes de ser enviado de volta à Irlanda para suceder ao bispo Paládio por volta de 434. Sua atividade missionária limitou-se ao norte e oeste da Irlanda; estabeleceu sua sé em Armagh, perto da residência do rei mais poderoso da época, além de outras sés. Seus escritos são deselegantes mas impregnados de profunda sinceridade. Usou a escrita de um modo pessoal para atacar o paganismo e o culto do sol de seu tempo. Estudos recentes diminuíram os elementos mais fabulosos que passaram a estar associados a Patrício, revelando um missionário devoto e humilde que provavelmente desempenhou um papel decisivo, ainda que limitado, na introdução do Cristianismo na Irlanda. Ver Igreja irlandesa (DIM)

DIcionário da Idade Média