vândalos

Um dos mais destacados grupos de bárbaros germânicos orientais que invadiram o Império Romano do Ocidente nos séculos V e VI. Notórios por sua crueldade, eles eram, contudo, substancialmente cristãos, embora adeptos da crença ariana. Depois de 406, cruzaram a fronteira do Reno e atravessaram como avalancha a Gália para assolar a Península Ibérica onde, em aliança com os alanos, se instalaram temporariamente na Andaluzia. Em 429, cruzaram para o norte da África e, no decorrer dos dez anos seguintes, subjugaram toda a próspera província da Numídia, capturando Hipona em 431 e Cartago em 439. O rei vândalo Genserico (428-77) foi uma das grandes figuras da era da migração. Um dos poucos chefes germânicos a preocupar-se com o poderio naval, ocupou as Baleares, passando a controlar todo o Mediterrâneo ocidental, e em 455 saqueou a própria Roma.

Os vândalos preservaram sua integridade como grupo governante minoritário numa província romana, através de um rigoroso processo de segregação religiosa. Intermitentes perseguições da população católica nativa enfatizaram a dicotomia no interior do reino e, numa breve e contundente campanha em 533, Belisário, o principal general do imperador Justiniano, derrotou os vândalos e liquidou literalmente com o reino de Genserico. O norte da África, embora assolado por mouros e berberes, retornou às mãos imperiais até a captura de Cartago pelos maometanos em 698.

Embora relativamente efêmero (pouco mais de um século), o reino vândalo provou ser de grande importância na história do declínio do Império do Ocidente, por causa da decisiva ruptura que provocou nas comunicações marítimas entre Roma, o norte da África e o Mediterrâneo ocidental, de um modo geral. (DIM)

DIcionário da Idade Média