Watts (Taboo) – universo experimentando a si mesmo

(…) cada organismo é o universo experimentando a si mesmo em uma variedade infinita. Não é necessário, portanto, cair na armadilha que essa experiência representa para os crentes em um Deus externo e todo-poderoso — a tentação de sentir que “eu sou Deus” nesse sentido e esperar ser adorado e obedecido por todos os outros organismos.

Lembre-se, acima de tudo, de que uma experiência desse tipo não pode ser forçada ou feita para acontecer por qualquer ato de sua “vontade” fictícia, exceto na medida em que os esforços repetidos para ser um por cima do universo possam eventualmente revelar sua futilidade. Não tente se livrar da sensação de ego. Encare-a, enquanto durar, como uma característica ou um aspecto do processo total — como uma nuvem ou uma onda, ou como sentir calor ou frio, ou qualquer outra coisa que aconteça por si mesma. Livrar-se do ego é o último recurso do egoísmo invencível! Isso simplesmente confirma e fortalece a realidade do sentimento. Mas quando esse sentimento de separação é abordado e aceito como qualquer outra sensação, ele se evapora como a miragem que é.

(Alan Watts, On the Taboo Against Knowing Who You Are)