Castañeda: Loucura controlada

Loucura controlada

O guerreiro trata o mundo como um mistério sem limite e o que fazem as pessoas como um loucura sem nome.

“Os atos dos homens ordinários são apenas “ruído e furor” como disse Shakespeare. O dramaturgo teve também esta intuição que o ‘mundo’ é apenas um teatro, e os homens atores. O guerreiro não percebe as coisas de outro modo. Seus atos também são loucura, mas como não crê neles, é uma ‘loucura controlada’”. (Bernard Dubant)

Para mim, disse ele, não existe uma única coisa que seja importante, nem meus atos nem os atos de qualquer semelhante. Apesar disso continuo a viver porque é minha vontade… Minha vontade controla a loucura de minha vida.

Tesu atos, disse Don Juan, assim como, de uma maneira geral, aqueles de teus semelhantes, te parecem importantes porque aprendeste a pensar que são importantes.

Meu riso, disse Don Juan, como tudo aquilo que faço, é real. Mas trata-se também de loucura controlada, pois é inútil. Não muda nada e no entanto eu rio sempre.

Nada sendo mais importante que não importa que outra coisa, um guerreiro escolhe qualquer ação e a realiza como se ela lhe importasse. Sua loucura controlada lhe faz dizer que ele dá importância ao que faz, o faz agir como se cada ação tivesse verdadeiramente importância, e no entanto ele sabe que não tem esta importância. Assim, quando realizou suas ações ele se sente em paz. Não lhe concerne de nenhum modo, que suas ações tenham sido boas ou más, bem sucedidas ou não.

Ele ama o que ele quer, mas se serve de sua loucura controlada para não se interessar no que quer que seja.