Com a notável e dramática colina de Glastonbury Tor, que lhes fica perto, as ruínas da abadia de Glastonbury ainda transmitem um sentimento de mistério e antiguidade. Havia um mosteiro céltico no lugar, e a continuidade parece ter sido virtualmente ininterrupta durante todo o período saxônico. Em meados do século X foi reconstruído sob a direção de São Dunstan e tornou-se uma das principais bases para o ressurgimento beneditino na Inglaterra. Na época da conquista normanda, era a mais abastada casa monástica do reino, com uma renda registrada superior a £800.O século XII assistiu ao florescimento das lendas que tornaram a abadia famosa numa escala europeia: a atribuição de uma visita de José de Arimateia no século I de nossa era e a proliferação das lendas arturianas, culminando na descoberta dos supostos túmulos de Artur e Guinevere no começo da década de 1190. Glastonbury tornou-se um grande centro de peregrinação e outros temas lendários se desenvolveram à sua volta, como os relacionados com o Santo Graal e o Espinho de Glastonbury que florescia duas vezes por ano, em maio e no Natal. [DIM]
Com a notável e dramática colina de Glastonbury Tor, que lhes fica perto, as ruínas da abadia de Glastonbury ainda transmitem um sentimento de mistério e antiguidade. Havia um mosteiro céltico no lugar, e a continuidade parece ter sido virtualmente ininterrupta durante todo o período saxônico. Em meados do século X foi reconstruído sob a direção de São Dunstan e tornou-se uma das principais bases para o ressurgimento beneditino na Inglaterra. Na época da conquista normanda, era a mais abastada casa monástica do reino, com uma renda registrada superior a £800.O século XII assistiu ao florescimento das lendas que tornaram a abadia famosa numa escala europeia: a atribuição de uma visita de José de Arimateia no século I de nossa era e a proliferação das lendas arturianas, culminando na descoberta dos supostos túmulos de Artur e Guinevere no começo da década de 1190. Glastonbury tornou-se um grande centro de peregrinação e outros temas lendários se desenvolveram à sua volta, como os relacionados com o Santo Graal e o Espinho de Glastonbury que florescia duas vezes por ano, em maio e no Natal. [DIM]
Dentre as localidades que desempenham um papel na lenda do Santo Graal, e que geralmente são difíceis de identificar, alguns atribuem especial importância a Glastonbury, lugar onde José de Arimateia teria se estabelecido após sua chegada à Grã-Bretanha, e onde se admite que tenham existido muitas outras coisas mais como veremos a seguir. Sem dúvida, existem aí assimilações mais ou menos contestáveis, algumas das quais parecem implicar em verdadeiras confusões. No entanto, existem nessas mesmas confusões alguns dados que não são totalmente desprovidos de interesse, do ponto de vista da “geografia sagrada” e das localizações sucessivas de certos centros tradicionais. É o que indicam as singulares descobertas expostas em uma obra anônima publicada recentemente [A Guide to Glastonbury’s Temple of the Stars, its giant effigies describled from air views, maps, and from “The Hight History of the Holy Graal”. Londres, John M. Watkins]. Nesse livro, alguns pontos talvez mereçam restrições, por exemplo no que se refere à interpretação de nomes de lugares que, muito possivelmente, têm origem bastante recente; mas em sua parte essencial, com os mapas que o apoiam, seria muito difícil considerá-los como simples fantasia.
Glastonbury e a região vizinha a Somerset teriam constituído, em época muito recuada e que se poderia dizer “pré-histórica”, um imenso “templo estelar”, determinado pelo traçado de efígies gigantescas sobre o solo, representando as constelações e dispostas em uma figura circular, espécie de imagem da abóboda celeste projetada sobre a superfície da terra. Tratar-se-ia de um conjunto de trabalhos que lembrariam, em suma, os antigos mound-builders da América do Norte. A disposição natural dos rios e das colinas poderiam ter sugerido esse traçado, o que indicaria que o local não foi escolhido arbitrariamente, mas sim em virtude de uma certa “predeterminação”. Não é menos verdade que foi preciso, para completar e aperfeiçoar o desenho, o que o autor denominou “uma arte baseada nos princípios da Geometria”. Se essas figuras puderam manter-se ainda reconhecíveis até nossos dias, é porque, supõe-se, foram cuidadosamente conservadas pelos monges de Glastonbury, até a época da Reforma, o que dá a entender que eles teriam preservado o conhecimento da tradição herdada de seus longínquos predecessores, os druidas, e sem dúvida de outros ainda anteriores a estes, pois, se as deduções tiradas da posição das constelações representadas são exatas, a origem dessas figuras remontaria a três mil anos antes da era cristã. Parece também, segundo diversos indícios, que os Templários tiveram uma certa participação nessa preservação, o que estaria de acordo com a sua alegada conexão com os “Cavaleiros da Távola Redonda” e com o papel de “guardiães do Graal”, que lhes é atribuído. É ainda digno de nota que os estabelecimentos dos Templários parecem ter sido situados frequentemente nas vizinhanças dos lugares em que se encontram monumentos megalíticos ou outros vestígios pré-históricos, e talvez seja preciso ver nisso algo mais que uma simples coincidência. [Guénon]