Embora o termo passasse a ser aplicado indistintamente a muitos dos povos germânicos que invadiram o Império Romano, refere-se historicamente a um ramo específico dos germanos orientais, cujo berço natal pode muito bem ter sido a Escandinávia meridional e a ilha de Gotland. Eles migraram para o leste e o sul e, no século XIV, formaram uma federação errante de tribos instaladas ao longo dos cursos de água da Rússia, os ostrogodos em sua maior parte nas terras entre o Don e o Dniester, e os visigodos entre o Dniester e o Danúbio. Graças ao labor de Úlfila (Úlfilas), por volta de 311-85, muitos deles foram convertidos ao Cristianismo, embora do credo ariano, e os Evangelhos foram traduzidos para a língua gótica, sendo criado para esse fim um novo alfabeto gótico — uma combinação de elementos gregos e latinos. Os godos cruzaram a fronteira do Danúbio em 376, sob forte pressão dos hunos e, em consequência da complicada e dramática política da geração seguinte, ramificaram-se permanentemente em suas duas divisões históricas: os visigodos, que desempenharam um papel destacado na derrubada do domínio político romano no Ocidente na primeira metade do século V, e os ostrogodos que, sob a liderança de Teodorico, levaram um equilíbrio temporário à Itália e grande parte do Mediterrâneo ocidental em fins do século V e começos do VI. (DIM)