Kala é propriamente o Tempo “devorador”, mas que designa também, por transposição, o próprio Princípio enquanto “destruidor”, ou antes, “transformador”, em relação à manifestação que ele reconduz ao estado não-manifestado, reabsorvendo-a de algum modo em si mesmo, o que constitui o sentido mais elevado em que se pode entender a Morte. Ele é também assimilado simbolicamente ao Sol, e sabemos, além disso, que o leão, de cuja máscara (sinha-mukha) se reveste, é em particular um símbolo solar. Isso nos reconduz ao que expusemos antes a respeito da Janua Caeli, e Coomaraswamy lembra a esse respeito que Cristo disse: “Eu sou a Porta”, ao mesmo tempo em que é também o “Leão de Judá” e o “Sol dos homens”. Nas igrejas bizantinas, a figura do Pantokrator ou Cristo “em majestade” ocupa a posição central da abóboda, isto é, aquela que corresponde precisamente ao “olho” do domo. Este, tal como explicamos em outra parte, representa, na extremidade superior do “Eixo do Mundo”, a porta pela qual se efetua a “saída do Cosmo”. (Guénon)

Índia e China