ORIGINAL (francês): Prefácio à Revelação Primitiva
Segundo Pierre Gordon, o cosmos de impressões sensoriais vela, nas dobras dele mesmo, um cosmos totalmente outro, que dele é o princípio e o suporte. Não sabendo que vocábulo empregar para designar este mundo que nenhuma imagem tomada emprestada ao universo das percepções pode definir, recorremos às expressões cosmos dinâmico, cosmos ultrafísico, cosmos energético, cosmos do ser; dizemos além do mais com Platão, cosmo do Real (o outro universo não sendo senão um mundo de sombras ou de fantasmas). Cada um destes termos se justifica facilmente, posto que dynamis significa poder, e que o universo real subjacente às forças físico-químicas é efetivamente aquele de onde parte o poder, dito de outro modo, aquele de onde procedem todas as manifestações da energia. O nome de universo energético convém igualmente, posto que, graças à introdução das matemáticas, a energia aí se apresenta sob a forma pura, e não mais sob seus aspecto mecanizados, acessíveis às sensações. Este mundo do ser e do dinamismo é essencialmente o mundo da unidade e o mundo da indivisão, ou mundo da não-separação.
Por referência às concepções de grupos humanos ditos «primitivos» ou «selvagens», — concepções que nada diferem profundamente das visões próprias aos «civilizados» — o chamamos também universo do mana.
VIDE: COSMO