DIVINO — NOME — DOUTRINA DO NOME
VIDE: NOMES DE DEUS; NOME JESUS; MARIUS SCHNEIDER; ENSALMO
Filosofia
Pierre Riffard
Nomina sunt numina (fórmula latina: “os nomes são vontades celestes, das divindades”)
Doutrina religiosa, ocultista, esotérica segundo a qual:
Noções filosóficas
Excertos traduzidos de “Les notions philosophiques”
A reflexão sobre o termo grego onoma, “nome”, tem de cara um desafio ontológico: Heráclito e Parmênides denunciam a contradição entre o que é nomeado e as denominações dadas de modo irrefletido ou vazio. Do Crátilo de Platão aos epicuristas e aos estoicos passando por Aristóteles, a problemática do onoma resta essencialmente aquela de sua retitude: de sua relação ao pragma, à “coisa” da qual se ocupa (em retórica, pragma — de prasso = realizar —, designa o argumento de um discurso). Segundo a relação estabelecida entre onoma, o termo apelativo, e pragma, seu conteúdo, é imediata ou mediata, natural ou instituída, uma resposta diferente é dada à questão da origem da língua, logo da amplitude a acordar às etimologias, e àquela da função — mimética o diacrítica, analítica ou expressiva — da linguagem.
Roberto Pla: Evangelho de Tomé – Logion 68
O nome divino, o que foi revelado a Moisés segundo a Escritura, é o único nome com que cada um conta para referir-se a si mesmo quando pretende fazer-se filho de Deus, quer dizer, para invocar o Homem real interior de quem diz Jesus que é a luz do mundo: “Eu sou este Eu sou”. A luz do mundo possui uma vocação unitária absoluta. Só há uma luz do mundo, “a que é”; e nenhuma outra coisa que não seja a luz do mundo “é” firmemente. Isto é o que explica Jesus, embora não tenha sido escutado, quando em sua magna oração clamava em todos o conhecimento unitário de sua própria luz.
O mesmo significado tem a proscrição do nome divino, anunciada por Lucas, como ação do mundo sobre o que não é deste mundo, que a ausência do “lugar” para os nomes do mundo proposta pelo evangelista Tomé (Evangelho de Tomé) quando diz: “Que não se encontre lugar ali onde se os tenha procurado”.
O texto de Lucas (Bem-aventurados quando vos injuriarem) fala do nome divino proscrito — não conhecido — pelo mundo, e o de Tomé (Evangelho de Tomé – Logion 68, dos nomes do mundo que há de proscrever em si mesmo o aspirante a bem-aventurado. São duas maneiras de referir-se a um mesmo ato substancial: Só é verdadeiro o nome divino, unitário, único, que o mundo aborrece; um nome que quem pretende não sere deste mundo só o pode obter mediante a negação prévia de todos os nomes plurais, não verdadeiros, deste mundo. A esta negação se referia Jesus em Renúncia.
René Guénon: NOMES PROFANOS E NOMES INICIÁTICOS
Rama Coomaraswamy: O NOME DE JESUS