Boehme (JBMP) – Mysterium Pansophicum

THEOSOPHOS — JACOB BOEHME — MYSTERIUM PANSOPHICUM

Existe uma tradução em francês publicada no Cahiers de l’hérmétisme «JACOB BOEHME» e uma tradução de Américo Sommerman, em “A Revelação do Grande Mistério Divino”, que inclui uma “Advertência do Autor” e ainda pequenos tratados do próprio Boehme: “Sobre o verdadeiro arrependimento”; “A mais preciosa porta da contemplação divina”.


Em Mysterium Pansophicum, Boehme resume seus pensamentos sobre a linguagem: “Encontramos (…) a árvore das línguas, ou línguas, com quatro alfabetos. O primeiro é marcado pelos caracteres do mistério. Esta é a linguagem da natureza, que é a raiz de todas as línguas e, no entanto, não é conhecida na geração da multiplicidade ou pluralidade de línguas, ou seja, de seus próprios filhos, aos quais o próprio mistério dá inteligência, pois é uma maravilha de Deus. O segundo alfabeto é o hebraico, que abre o mistério e nomeia a árvore com seus galhos. O terceiro é o grego, que nomeia a árvore com o fruto e todos os ornamentos, e que expressa o discernimento. E a quarta é o latim, usado por muitos povos e idiomas, que pronuncia a árvore com seu poder e virtudes. E o quinto é o espírito de Deus, que abre todos os alfabetos; e nenhum homem pode aprender esse alfabeto a menos que se abra no espírito do homem. Assim, esses alfabetos derivam das cores do grande mistério e são então compartilhados na soma de 77 idiomas, dos quais, no entanto, reconhecemos apenas 5 como os principais e 72 como as maravilhas em que Babel é ouvida, como a boca de uma substância que se perdeu. Ali, a razão abandonou seu condutor e quis ir sozinha, entrando no mistério. Como podemos ver pelos filhos de Ninrode na Torre de Babel, quando deixaram de obedecer à sua própria razão, perderam seu guia e se perderam, de modo que não entendiam sua própria língua. Assim, muitas línguas, ou 72, surgiram da Babel perdida, e voltaram para dentro de si mesmas e buscaram entendimento, ou inteligência, cada uma em sua própria razão e maldade, pois haviam abandonado Deus e se tornado pagãs, e Ele as deixou ir em suas maravilhas. Pois não queriam se apegar a Ele, mas queriam crescer à sua própria maneira; e sua própria razão (…) queria governar. Assim nasceu a turba…”. Sobre as setenta e sete línguas ou idiomas, ver: Mysterium Magnum (JBMM), XXIX, 61-70; XXXI, 16; XXXV, 15-18, 69-75 (este último capítulo é crucial para entender as concepções de Boehme sobre a linguagem). (JBC)

Jacob Boehme