Al Hallaj

HALLAJ (HUSAYN-IBN-MANSUR) (857-922)

Segundo Louis Massignon, após um longo texto de uma «perspectiva transistórica» de sua vida, é possível delinear um resumo esquemático. Já a vida familiar de Hallaj desabrigado, três vezes deslocado, de Ahwaz, Wasit, Basra a Bagdá, corre reta, sem desvios, com fidelidade a sua mulher única e seus quatro filhos, Sulayman, Mansur, Hamd e uma filha. Quanto a sua vocação religiosa, suas três peregrinações — pontos de condensação — formam uma mesma linha com seus duas grandes viagens apostólicas e preparam a grande predicação de Bagdá, seguida dos processos (com longo tempo em prisão) e o martírio. As três fraquezas aparentes: o rechaço do hábito, depois da primeira peregrinação e a fuga a Susa (antes do primeiro processo) se situam claramente no mesmo eixo que sua vida, «não se desviam» de sua paixão pela unidade e pelo Uno; quanto ao grito revelador antecipado, puito acima dos balbucios sublimes de Bayezid Bistami: a união (Ana’l Haqq), Suhrawardi de Alepo — seguido nisso por Nasir Tusi — demonstraram admiravelmente que, ao gritar, Hallaj dava voluntariamente aos outros dispensa plena para verter seu sangue, e que esse grito atestava que Deus havia atendido seu famoso rogo: «Entre eu e Tu se arrasta um “sou” que me atormenta: ah! alça com Teu “Sou” meu “sou” até sacá-lo de entre os dois».

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