(A imagem de) O coche fertilizou o pensamento, enriqueceu a linguagem e soltou o pensamento, desde a terra batida até as estradas celestiais. O Yoga — a re-união — começou com o coche, o veículo do guerreiro e do sol. Este coche se tornou, por analogia, a própria encarnação do ser humano em movimento, perpetuamente em busca de sua verdadeira natureza, um buscador incansável, sonhado, sem que saiba, pela imortalidade que mora dentro.
Katha Upanishad, III, 3-4: “Aprenda que a alma é o passageiro do coche, / o corpo é o veículo, / a consciência é o cocheiro, e o pensamento é a rédea, / os sentidos são os cavalos, e os objetos dos sentidos são o alimento que estes comem”.
Isso não é uma alegoria fornecendo uma metáfora. Tampouco esse retrato do ser humano em termos de um coche tem a intenção de ser uma ficção literária; existe para fixar o olhar nas coisas e oferecer-se à consciência.
Somente objetos podem ser meditados, mas nunca ideias ou conceitos, a menos que façamos deles o que descuidadamente esquecemos que são: objetos.
Les infinis préparatifs de l’éternité, Alain Porte