Alimento

TRADIÇÃO — ALIMENTO

VIDE: ALIMENTO-ESSERAL; ELIXIR DE VIDA; AMBROSIA; MANÁ; PÃO DOS ANJOS; PÃO NOSSO; VINHO

Segundo Gurdjieff, todas as substâncias necessárias à manutenção da vida do organismo, ao trabalho psíquico, às funções superiores de consciência e ao crescimento dos corpos superiores, são produzidas pelo organismo a partir do alimento que nele penetra (v. ALIMENTO-ESSERAL).

O organismo humano recebe trés tipos de alimento: o alimento ordinário que comemos; o ar que respiramos; nossas impressões.

Não é difícil compreender que o ar é um tipo de alimento para o organismo. Mas pode parecer difícil, à primeira vista, compreender como as impressões podem ser um alimento.

Gurdjieff salienta que devemos todavia recordar que com cada impressão exterior, de ordem sonora, visual ou olfativa, recebemos de fora uma certa quantidade de energia, um certo número de vibrações; esta energia que, do exterior, penetra no organismo, é um alimento. Além do mais, a energia não pode ser transmitida sem matéria. Se uma impressão exterior introduz com ela no organismo uma energia exterior, logo isso significa que uma matéria exterior penetra também no organismo e o “alimenta”, no sentido pleno do termo.

Para uma existência normal, o organismo tem necessidade de três tipos de alimento: alimentos físicos, ar e impressões. O organismo não pode existir com ajuda de apenas um ou dois apenas destes alimentos, todos os três são necessários. Mas a relação destes alimentos entre eles, e seu significado para o organismo, não são os mesmos.

O organismo pode existir durante um tempo relativamente longo sem nenhum aporte de alimento físico fresco. Conhece-se casos de privação de alimento deste tipo por mais de sessenta dias, ao termo dos quais o organismo nada perdeu de sua vitalidade, pois pode muito rapidamente recuperar suas forças, desde que comece a se alimentar. Bem entendido, uma tal abstenção de alimento não pode ser considerada como completa, pois nestes casos de privação artificial continua-se a tomar água. Mas mesmo sem água, ainda se pode viver vários dias.

Sem ar, só se pode subsistir alguns minutos, em geral a morte segue obrigatoriamente a privação de ar por uma duração de quatro minutos ou mais.

Sem impressões, um homem não pode viver um só instante. Se o fluxo das impressões tivesse que parar de alguma maneira, ou se o organismo devesse estar privado de sua capacidade de receber impressões, morreria instantaneamente. o fluxo de impressões que nos vem do exterior é como uma correia de transmissão pela qual nos é comunicado o movimento. O motor principal é para nós a natureza, o mundo ambiente. A natureza nos transmite com nossas impressões a energia pela qual vivemos e nos movemos, e temos nosso ser. Se este influxo energético cessasse um instante de nos alcançar, nossa máquina cessaria imediatamente de andar. Assim, dos três tipos de alimentos, o mais importante, são as impressões, embora seja evidente para o homem que não pode tão somente viver de impressões. Impressões, ar, alimento físico permitem ao homem viver até o termo normal de sua vida, e produzir as substâncias necessárias não somente para a manutenção de sua vida, mas também à criação e ao crescimento dos corpos superiores (alma).


Ananda Coomaraswamy: PERSONA
«Alimento» (anna, bhoga, ahara) no debe comprenderse en un sentido restringido, puesto que es todo lo que nutre una existencia contingente; el alimento es el combustible de la vida, ya sea física o mental (cf. Maitri Upanishad VI.11, Majjhima Nikaya I.260, y Fedro 246E sig.). Nuestra vida es una combustión. El Sol «sale en el alimento» (annena ati rohati, RG Veda Samhita X.90.2), es decir, «viene comiendo y bebiendo» (San Mateo 11:19), y es el mismo Fuego solar el que «come el alimento en el corazón», dentro de vosotros (Maitri Upanishad VI.1), por medio de sus «rayos» (Maitri Upanishad VI. 12), de modo que «quienquiera que come (que vive), es por su rayo como come» (Jaiminiya Upanishad Brahmana I.29.6). De los dos sí mismos o naturalezas, «uno come el dulce fruto del árbol» (pippalam svadu atti, RG Veda Samhita I.164.20; Mundaka Upanishad III.1, Svetasvatara Upanishad IV.6), como Eva y Adán en el Génesis, y sufre en consecuencia. En otras palabras, del par conjunto (sayuja sakhaya ), representado tan a menudo en la iconografía como un único pájaro con dos cabezas, uno come «veneno» (visam), el otro «ambrosía» (amrtam, cf. el Pancatantra, Harvard Oriental Series Vol. II, p. 127, y Anton Scheifner, tr., Tibetan Tales, Londres, 1924). En esta conexión es significativo que la √vis, «establecer», «trabajar», «servir», da origen igualmente a visam, veneno, y visaya, objeto de la percepción sensorial. De estas consideraciones depende la teoría de la continencia (nuevamente, en ningún sentido restringido de la palabra); puesto que la retirada del combustible de los fuegos de la vida (Maitri Upanishad VI.34.1, con sus equivalentes budistas, y como en Filón, De specialibus legibus IV. 118) tiene como finalidad conquistar el hambre (Taittiriya Samhita II.4.12.5), es decir, la muerte (Brhadaranyaka Upanishad I.2.1), por medio del ayuno.

En este sentido amplio de las palabras, que incluye, por ejemplo, «el amor de los colores y sonidos finos» (República 476), la mayoría, incluso de aquellos que tienen pretensiones a la cultura, en realidad «vive para comer», sin darse cuenta de que, como Eric Gill lo dijo tan bien, «un buen gusto es un gusto mortificado» —no un apetito por todo tipo de alimento. Los tipos deben elegirse según la parte de nuestra alma que nos proponemos nutrir más; cf. Fedro 246E.