Alma Virtuosa

VIRTUDE — ALMA VIRTUOSA

Santo Antão: CONDUTA VIRTUOSA


Frithjof Schuon: O ESOTERISMO COMO PRINCÍPIO E COMO VIA

Inteligência volitiva, vontade livre, alma virtuosa: são estas três prerrogativas que constituem o homem. Alma virtuosa: significa que só a alma humana, não a alma animal, é simultaneamente capaz de sublimar-se em direção ao Absoluto e, também, em direção ao próximo, do qual percebe a dignidade, a personalidade, a necessidade de felicidade, a capacidade de sofrimento. A virtude, prerrogativa humana, assim como a objetividade intelectual e a liberdade volitiva, é feita de piedade e de bondade; em primeiro lugar pedimos ao homem que seja piedoso e bom. A substância moral do homem é o amor a Deus e a generosidade para com o próximo.

Desapego, generosidade, vigilância, gratidão: estas virtudes dependem de quatro principios que poderíamos caracterizar pelos seguintes termos: pureza, bondade, força, beleza; ou frio, calor, atividade, repouso; ou morte, vida, combate, paz; ou ainda, aplicando-os à alquimia espiritual: abstenção, confiança, realização, contentamento. A pureza e a beleza são estáticas; a força e a beleza são dinâmicas; de outro ponto de vista, a pureza e a força dependem do rigor; a beleza e a bondade, da brandura. Isto significa que a virtude em si. ou a conformidade da alma, possui dois modos complementares, um estático e um dinâmico e, de outro ponto de vista, um modo rigoroso e um modo brando. E que os quatro princípios, ou as quatro virtudes, derivam desses modos ou desses polos.

A quaternidade dos princípios espirituais ou morais — e são, acima de tudo, metafísicos e cosmológicos — evidentemente não tem nada de arbitrária. Ela corresponde aos quatro pontos cardeais: Norte, Sul, Leste, Oeste; o discernimento sapiencial, que se manifesta pelo Zênite, e a concentração unitiva, que se manifesta pelo Nadir, e as quatro virtudes, que se situam no plano intermediário, o Horizonte, que é, aqui, o domínio da alma, da conformidade, da piedade.

Perenialistas – Referências