Alston (SSB3:VIII.1.1) – Massa de Consciência

1. O Absoluto, transcendente, além da modificação, assume a aparência da alma individual por meio da influência de adjuntos externos (sobrepostos) (upādhi). Pois o ensinamento védico tradicional é que a Consciência é a própria natureza do Absoluto, como em textos como… ‘Inteiramente uma massa de Consciência, não tendo nada dentro dela e nada fora dela’.1 Se a alma individual não é outra coisa senão o Absoluto transcendente mencionado nesses textos, então devemos concluir que a alma também deve ter Consciência eterna e imutável como sua própria natureza, assim como o fogo tem calor e luz…

Tampouco se segue que, se o Si é Consciência eterna e imutável por natureza, órgãos como o olfato são inúteis, pois sua função é focalizar a consciência em objetos específicos, como odores. Pois, como diz o texto do Upanishad em questão, “O nariz serve para cheirar” (Chand VIII.xii.4).

Mais uma vez, tem-se afirmado que aqueles que estão (inconscientes de seu ambiente) em um sono sem sonhos e em desmaio, coma ou transe não estão conscientes (e, consequentemente, que a consciência vem e vai e não é a verdadeira natureza da alma). Mas esse ponto de vista é refutado pelos próprios textos védicos, como em passagens sobre uma pessoa adormecida, como: “Em verdade, quando (no estado de sono sem sonhos) ele não vê, ele está, de fato, vendo, embora não veja, pois não há cessação da visão do vidente, porque este é imperecível. Não há, no entanto, uma segunda coisa além de si mesmo que ele possa ver’.2 O ponto é que a aparência de não estar consciente que caracteriza esses estados (de sono sem sonhos, etc.) surge da ausência de quaisquer objetos dos quais estar consciente, não da ausência de consciência. É como a luz que permeia o espaço vazio entre objetos sólidos, que é imperceptível, não porque não esteja presente, mas porque não há nada para ela iluminar.3


  1. Brhad IV.v.13 

  2. Brhad IV.iii.23 

  3. BSBH II.iii.18 

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