Angel Cilveti
Excertos de “Introducción a la mística española”
La significación del término ascética (de askesis) es oscura. En Homero y en Herodoto significa trabajo artístico o técnico. En autores posteriores expresa ejercicio atlético (Tucídides), moral (Aristóteles) y religioso, relacionado con los misterios griegos y egipcios (Pitagóricos) y con la contemplación filosófico-mística (Platón). La ascesis como disposición para la vida contemplativa pasa al judío Filón (40 a. J. C.-40 d. J. C.) y a los Padres y escritores de la Iglesia primitiva (Clemente de Alejandría, Orígenes, siglos II-III). San Pablo lo emplea en el sentido de esfuerzo hacíá la perfección cuando exhorta a los fieles de Gorinto con el ejemplo del premio que aguarda al atleta vencedor. Este concepto de ascética como esfuerzo que dispone para la contemplación y la vida perfecta es esencial en la espiritualidad cristiana posterior. Aunque se admite la posibilidad de carismas místicos sin preparación ascética, el hecho es que los grandes místicos cristianos han sido también ascetas.
Entre los musulmanes, el término correspondiente a la ascética es el de zuhd: renunciación a todo lo que no es Dios (y el más corriente de sufismo, que conviene también a la mística). Está íntimamente ligado a la mística musulmana en una relación similar a la ascética cristiana con la mística. Hasid (devoto), tahor (puro), yashar (sincero) son los términos hebreos para designar al asceta. El misticismo judío requiere igualmente ejercicios ascéticos. En el hinduismo son varios los términos que se aplican al asceta, como sannyasi (el que abandona el mundo), gosain (el señor de sus pasiones) y, en general, yogui, que abarca también al místico.
Seção Ascetismo e Misticismo
Frithjof Schuon
Ananda Coomaraswamy
Budismo))
Dhammapada, o caminho do Dharma, Carmen Dragonetti, Editorial Sudamericana, colección oriente y occidente, Buenos Aires, 1967, 248 p., traducción directa del pali, introducción y notas de Carmen Dragonetti, sem ISBN.
Contribuição e tradução de Antonio Carneiro das páginas 33 até 35
(a) O ascetismo usufruiu de grande prestígio desde muito antigamente na Índia, pois considera-se que mediante ele pode-se concluir a realização de grandes ações e a obtenção de bens de diversa natureza. O Rig Veda X, 167.1 diz que Indra, praticando ascetismo, venceu o sol (ou conquistou o céu). No mesmo Rig Veda (X, 190 (1016 encontramos o seguinte verso: “A ordem (rita) e a verdade (satya) nasceram do ardente ascetismo (tapas); dele surgiu a noite e o ondulante oceano”. O Aitareya Brahmana V. 32 (trad. Keith, p.256), considera que Prajapati criou o mundo depois de haver praticado ascetismo. E são frequentes os casos assinalados na epopeia que descrevem os deuses temerosos por algum asceta que os ameace despojá-los de sua dignidade divina, mediante as terríveis mortificações ascéticas que está realizando, e que para afastá-lo dessas mortificações lhe enviam as apsaras ou ninfas celestes para tentá-lo e para que desista. Por exemplo, Ramayana III. 11, v.11 e seguintes[[No Udna, p.21, temos uma lenda que nos representa a Buda mostrando à Nanda as apsaras de extraordinária beleza do mundo de Indra, para que dessa maneira Nanda se esqueça da beleza de sua esposa e desapareça seu afeto por ela, e possa assim regressar livremente para a vida religiosa. Esta lenda buddhista tem certa semelhança com as lendas épicas referidas antes, não somente na finalidade atribuída aos deuses e à Buda, mas na utilização das apsaras como meio para conseguir algo.]]. E na poesia clássica, temos o Kiratarjuniya de Bharavi que descreve as práticas ascéticas realizadas pelo herói Arjuna e o Kumarasambhava de Kalidasa que descreve as penitências realizadas pelo deus Shiva, representado muitas vezes sob os traços de um asceta, e por Parvati, sua esposa[[Os ascetas da Índia chamaram a atenção dos gregos quando entraram em contato com a Índia a raiz da expedição de Alexandro (Plutarco, Vidas, Alexandro, 64; Ariano, Índia 11).]].
(b) Texto fundamental para o conhecimento da posição do Buda frente ao ascetismo é o Kassapasihanadasuttam (Digha I,p.161). Neste sutta enumeram-se uma série de práticas de caráter ascético, algumas realmente extravagantes. Frente a ditas práticas de mortificação, Buda declara formalmente, p.167 (15), que “está longe da condição de samán e da condição de bhramán aquele que não pratica a disciplina moral (silasampada), que não educou sua mente (cittasampada), que não realizou o supremo conhecimento (paññasampada), por muito que pratique ascetismo e mortificações”. Buda declara igualmente (ibidem) que “o verdadeiro samán e o verdadeiro bhramán é aquele bikkhu que cultivou em si um espírito de benevolência, sem ódios incapaz de fazer dano, e que, destruídas as impurezas de sua mente, vive tendo realizado por si mesmo, neste mundo, mediante o conhecimento, a liberação de sua mente”. A mesma atitude se faz presente no Udana, p.6 (9), onde Buda vê vários ascetas praticando penitências na água gelada e declara que não é pela água mas sim mediante a verdade e o dharma que se obtém a purificação.
(c) A atitude de Buda frente ao ascetismo, assinalada em parágrafos anteriores, representa indubitavelmente uma reação de Buda frente às práticas ascéticas de sua época, muitas vezes extravagantes, como aparece em textos pali anteriormente mencionados. Neste terreno, se faz presente a inspiração moralizante da doutrina de Buda e sua tendência a se afastar dos extremos. Ver “posição diante das tradições” e “caminho do meio”.