Há quatro espécies de Dhyana (disciplinas espirituais). Quais são elas? Primeiro, a Dhyana praticada pelo ignorante; segundo, a Dhyana devotada ao exame da significação; terceiro, a Dhyana com a Raiz das coisas como seu objeto; quarta, a Dhyana dos Tathagatas (Budas).
Que significa a Dhyana praticada pelo ignorante? É aquela posta em prática pelos yoguins que se exercitam nas disciplinas dos Sravakas e Pratyekabuddhas (os Budas contemplativos e solitários da Escola Hinayana), que, percebendo não haver substância egoica, que o corpo é uma sombra e um esqueleto transitório, impuro, cheio de sofrimento, aferram-se, persistentemente, a tais ideias, que são consideradas exatamente assim, e não procuram, de outra forma, partindo delas ir avançando por estágios até atingirem a cessação, onde não há qualquer pensamento. Esta é a chamada Dhyana praticada pelo ignorante.
Qual a Dhyana devotada ao exame da significação? É a praticada por aqueles que tendo ido além da impessoalidade das coisas, além da individualidade e generalidade, além da insustentabilidade de tais ideias como “ser” “outro” e “ambos”, defendidas pelos filósofos, começam a examinar e seguir a significação dos vários aspectos do estado de Bodhisattva. Esta é a Dhyana devotada ao exame da significação.
Qual a Dhyana que tem o Tathata (ou a Raiz) como seu objeto? Quando o yoguin reconhece que a discriminação das formas de personalismos é mera (73) imaginação e quando se fixa na realidade desta Raiz de todas as coisas, não existe a discriminação — isto eu chamo a Dhyana que tem a Raiz das coisas como objeto.
Qual é a Dhyana do Tathagata? Quando o yoguin, entrando num estágio de Tathagata e permanecendo na tríplice bem-aventurança característica da auto-realização, tocado pela nobre sabedoria, devota-se completamente ao amor a todos os seres, para a realização de incompreensíveis trabalhos — isto eu chamo a Dhyana do Tathagata.