Boehme (JBEG) – Da Eleição e da Graça

Jacob Boehme nos oferece uma solução interessante e criteriosa para essas antinomias. Mas ele a expressa de uma forma bastante dolorosa. Por outro lado, quando você o lê, precisa esquecer a maneira teológica de pensar. Nosso sapateiro não é um filósofo nem um metafísico. É um vidente. Vê, não os seres, as entidades vivas que a metafísica concebe como pensamentos: vê os ambientes, os estados nos quais essas entidades evoluem. Enquanto o teólogo discerne um processo psicológico e mental, Boehme vê forças em movimento; um místico vê seres vivos: anjos, demônios, espíritos humanos.

Boehme se expressa como um físico do invisível; fenômenos naturais, estados mentais, leis naturais ou divinas, tudo é para ele um sistema de ondas que vibram em ritmos alternadamente discordantes e concordantes, dependendo se um germe volitivo perdido no meio desses redemoinhos os inclina em uma direção ou outra. [Sédir]

  • Prefácio do Autor ao leitor
  • I Da vontade única de Deus e da introdução de sua Essência na sua Revelação. O que é o Deus único
  • II Do Princípio do Verbo de Deus eterno e ditante, e da manifestação da Potência Divina, assim como da Natureza e das diferentes qualidades e propriedades
  • III Da introdução da Ciência ou do Desejo ígneo nas formas para a Essência e para a Natureza; como a Ciência se introduz no Fogo, de onde provém a multiplicidade dos Seres
  • IV Do Princípio da Criação
  • V Do Estado primitivo do Homem
  • VI Da Queda do Homem e de sua Esposa
  • VII Da manifestação animal no Homem; como os olhos foram abertos a Adão e a Eva
  • VIII Das passagens contraditórias da Escritura Santa; da Árvore da Vida e da Árvore da Ciência do Bem e do Mal
  • IX Das contradições e da verdadeira inteligência da Escritura
  • X Curta interpretação dos textos da Escritura inteligíveis para a razão
  • XI Outros versículos da Escritura concernentes a Eleição
  • XII Interpretação de certos versículos parecendo apoiar a tese da Predestinação ao endurecimento
  • Conclusão sumária

Jacob Boehme, Sédir