Categoria: Johann Georg Gichtel
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Evola (UK1928) – Theosophia Practica – analogia Tantra
Quanto ao sistema simbólico como um todo [da Theosophia Practica], podemos nos referir ao esoterismo tântrico, onde, no início de tudo, um poder neutro e indiferenciado também é postulado, incluindo a polaridade de um Deus (Shiva = Sol) e uma Deusa (Shakti = Lua), o primeiro tendo um caráter de permanência, luz e fixidez central;…
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Evola (UK1928) – Theosophia Practica (interpretação prancha 4)
Nesta passagem, Gichtel se refere à quarta prancha: “Os signos dos elementos representam a roda da Natureza exterior, o corpo sideral que se enrola em volta (do princípio do Fogo), em um mesmo Sol. Ao redor do coração, vê-se a serpente que representa o Diabo no Spiritus Mundi (quer dizer: na Matriz original) — o…
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Evola (UK1928) – Gichtel – Theosophia Practica (Prancha 5)
A quinta prancha é intitulada “Homem regenerado em seu nascimento interior, de acordo com o coração, por Cristo que esmagou definitivamente a Serpente”. Aqui, o homem é dividido em dois ao longo de uma linha que começa no ombro esquerdo, passa pelo meio do peito e se curva para a esquerda até parar abaixo do…
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Evola (UK1928) – Gichtel – Theosophia Practica (Pranchas 1-2)
O título comum às duas primeiras é: O Homem Vivo — Perfeito — de acordo com os Três Princípios do Ser Divino. Na primeira, vemos a imagem de um homem com um centro de luz dourada no meio da testa com a inscrição Espírito Santo; depois, um segundo centro prateado no nível da laringe com…
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Evola (UK1928) – Gichtel – Theosophia Practica (Prancha 4)
A quarta prancha traz o título: Homem Terrestre Natural Tenebroso segundo as Estrelas e os Elementos. É representada em preto. Uma espiral começa no topo da cabeça, onde há um primeiro centro com o signo , desce para outro situado entre o púbis e o plexo solar com ☽, sobe para um centro no meio…
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Evola (UK1928) – Theosophia Practica de Gichtel
Parece que a Theosophia Practica de Johan-Georg Gichtel é a única obra da literatura mística cristã em que aparece a doutrina secreta dos “centros de força” do homem. Embora seja verdade que Gichtel foi discípulo de Jacob Bohme e que este último foi, sem dúvida, influenciado por ensinamentos esotéricos, também é verdade que a essência…
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Evola (UK1928) – Theosophia Practica – regeneração
Na concepção de Gichtel, o segredo da regeneração consiste em “tocar” o centro inferior, o globo ou olho mágico, de modo a produzir uma certa transformação que possa restaurar o temperamento original, com a Luz ou Sofia recém-despertada e casada com o Fogo. Gichtel diz que o desejo ardente não destruiu completamente o princípio luminoso,…
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Versluis (HDCT) – Virgem Sofia
Em geral, os teósofos sustentam que esse eros pelo Divino é incompatível com atrações ou anseios terrenos. Provavelmente, o mais enfático nesse sentido foi Johann Gichtel, o “eremita de Amsterdã”, que recusou inúmeras propostas de casamento de várias mulheres apaixonadas por ele durante sua vida passada no exílio na Alemanha. Embora tivesse muitas correspondentes (cerca…
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Gorceix (BGJG) – As Sete Formas e a Sabedoria
A meditação de Boehme sobre Deus e a natureza divina se desenvolve em torno de três temas principais: os três princípios, as sete qualidades ou formas e “aquele quarto termo que Deus opõe a si mesmo para poder refletir e ver a si mesmo nele, para assim se tornar plenamente consciente de si mesmo e,…
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Gorceix (BGJG) – Três Princípios
Não é preciso dizer que Johann Georg Gichtel, ao reconstruir a meditação de Jacob Böhme a partir de seu interior, redescobre o vocabulário peculiar ao metafísico. Uma especulação em particular se destaca: a que diz respeito aos três princípios. Há inúmeras alusões e nomes na Theosophia practica. Às vezes, usa apenas a palavra latina. Às…
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Gorceix (BGJG) – luz e trevas
A resposta é dupla [a questão de “dois deuses”]. Em primeiro lugar, devemos nos dar conta, sob o risco de deixar de apreciar a radicalidade essencial da ira divina, de que o mal, ou melhor, a escuridão, está presente na natureza divina. Nosso autor [Gichtel] se refere ao primeiro capítulo de um pequeno tratado de…
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Evola (UK1928) – Theosophia Practica – Travessia do Mar Vermelho
A passagem do “Grande Mar” ou “Mar Vermelho” é, portanto, imperativa, pois requer1 : (a) Que a alma, por meio de repetidas passagens pelas formas do Fogo, tenha se fixado (I, 28,19); e ele explica como a alma, em um determinado ponto (deveríamos até dizer, no ponto mais importante) — inclusive no contexto da “via…
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Evola (UK1928) – Theosophia Practica – Eu
No trabalho de “desnudação”, a coisa mais difícil é cortar o elo, o elo que deixa o coração doente do Eu. Gichtel o chama de “amor-próprio”, mas, no contexto da ciência iniciática, podemos deixar de lado qualquer coloração moralizante e falar simplesmente do espírito que se identifica com a qualificação que recebeu de sua união…
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Evola (UK1928) – Theosophia Practica – Septenário
Há dois septenários. Um diz respeito à alma humana; o outro, aos poderes íntimos das coisas. Como vimos, Gichtel diz que a Serpente gera “sete estados”, que são os “sete selos que impedem o não regenerado de perceber o fogo divino”. Esse septenário é um septenário da paixão. Seus elementos correspondem aos seres dos planetas…
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Evola (UK1928) – Theosophia Practica – kundalini
Ensina-se que, no homem comum, a kundalini “dorme” e que, nesse sono, é a raiz da vida na forma de desejo, ardor concupiscente e, mais especificamente, libido ou sexualidade. Mas também pode ser “despertada”: segue-se uma transformação na qual seu próprio fogo se torna o instrumento do despertar de todos os outros centros — em…
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Gorceix (BGJG) – Deus de essência e Deus de vontade
Essa oposição entre um Deus de essência e repouso e um Deus de vontade e ação certamente pesou muito no misticismo alemão do século XVII. A concepção de Boehme empresta sua força e beleza a certos versos do Monodisticha de Czepko, do Peregrino Querubínico, e do Kühlpsalter de Quirinus Kuhlmann. Mas esses são apenas flashes…
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Gorceix (BGJG) – Não é uma solução dizer que Deus é bom e mau
Como um leitor fiel das Escrituras, nosso teosofista [Gichtel] está bem ciente da resposta dada a essa oposição fundamental [amor-cólera] pelas mesmas passagens que descrevem a terrível cólera de Deus. A Epístola aos Hebreus vê na promessa: “Abalarei não só a terra, mas também o céu” apenas o anúncio de outro tempo em que “as…
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Gorceix (BGJG) – Deus, amor e cólera
Fogo, olho, espelho, raio, língua — todas essas expressões aplicadas a Deus, que expressam o dinamismo fundamental do Absoluto vivo, e que vêm diretamente de Jacob Boehme, são ofuscadas, entretanto, pela questão fundamental levantada pelo teosofista. Sem dúvida, também nesse ponto, a meditação do lusaciano pode explicar a orientação. Mas, em segundo plano, é uma…
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Gorceix (BGJG) – Lúcifer
Os insights notavelmente detalhados de Johann Georg Gichtel sobre as trevas e a luz em Deus, os princípios divinos e Sophia levam a uma conclusão: é necessário postular, dentro da Trindade, em uma natureza divina, a polaridade essencial de uma forma negativa e destrutiva e uma força positiva e salvadora. Entretanto, esses dois nós dinâmicos…