ALQUIMIA E MISTICISMO: UMA APROXIMAÇÃO
Julgo que não repugnará aos estudiosos a definição de misticismo como forma de experiencia da divindade, imediata e directa, ou sentida e julgada como tal. Experiência que pode ser instantânea, súbita iluminação, ou resultar de longas preparações interiores que visam atingir a Realidade Suprema, como escreve G. G. Scholem em La Kabbale et sa Symbolique (Ed. Payot, Paris, 1966). Em regra, estas experiencias situam-se num contexto tradicional. Mas também fora dos contextos religiosos tradicionais se dão experiencias místicas. A esta forma de misticismo, que não se integra em nenhuma tradição religiosa bem definida, se poderá chamar misticismo secular.
O misticismo secular é uma forma de experiencia (ou de procura) da divindade, desligada de contextos tradicionais, embora eles possam servir às vezes de ponto de partida, ou façam parte, directa ou indirectamente (consciente ou inconscientemente), da formação cultural de certos meios, de certos indivíduos.
Pode aparecer uma mística sem ligação com qualquer autoridade religiosa. Como refere G. G. Scholem, este problema da interpretação secularizada da experiência mística põe-se bastantes vezes desde o século das luzes. Há autores que exprimem as suas experiências de um modo totalmente secularizado, sem se ligarem a uma autoridade transmitida, ou até repudiando-a. Ocorre-nos citar o caso dos pietistas, na Alemanha, ou casos literários e artísticos como o de Rimbaud)) ou1. Buke foi amigo e executor testamentário de Walt Whitman. No próprio Whitman podemos encontrar essas formas de experiência mística totalmente secularizada. Como escreve M. M. Davy2, a mística interioriza-se em profundidade, nos tempos modernos, e dirige-se para a unidade. Os exemplos de Berdiaev (sofrendo influências de Eckhart e de Böhme), de Simone Weil, que este autor nos dá, e outros exemplos — de homens que procuram através da droga a experiência da ruptura e da iluminação— como Aldous Huxley, Henri Michaux, e mais recentemente os hippies — tudo nos prova que a busca de uma experiência mística unificadora se pode realizar fora de contextos tradicionais conhecidos. No seu livro As Variedades da Experiência Religiosa3, William James estuda a experiência religiosa do ponto de vista da psicologia, e tenta definir, em termos de capacidade normal da consciência humana, a experiência mística. Experiência que ele declara ser inefável, autêntica, modificadora do tempo, modificadora do homem que a vive, e cujo conteúdo vai do céu ao inferno, inclui o êxtase, a iluminação, tanto como a «noite negra da alma», o abismo sem fundo. Para o místico em transe não há distinção entre ele e o cosmos e Deus, o que ele vive é a unidade de todas as coisas, para além do eu. Não são consideradas as experiências com drogas, no material analisado por James. As experiências desse tipo só mais recentemente tiveram repercussão. Também nos mostram como o homem continua a acreditar que o acesso a uma Supra-realidade, a um Outro-conhecimento lhe é possível e lhe será dado nesta vida, neste mundo, como foi dado aos místicos. Mas do caso da droga não nos ocuparemos aqui.
Voltando ao misticismo: para Evelyn Underhill4, o misticismo «é o nome do processo orgânico que envolve a perfeita consumação do Amor de Deus», «a realização aqui e agora da herança imortal do homem», «a arte de estabelecer a relação consciente com o absoluto».
O homem é o centro de encontro de várias fases da realidade, como escreveu Rudolph Eucken, e a experiência mística dá-lhe acesso à última, à mais perfeita de todas. Para Evelyn Underhill, que o cita, o misticismo não é uma opinião, não é uma filosofia, nem uma teoria, nem uma doutrina religiosa, mas «uma actividade inteiramente espiritual». A finalidade que o místico pretende atingir é «a união consciente com um Absoluto vivo»5.
No místico, a união com Deus é consciente, pessoal, completa. No místico inserido numa religião tradicional, tanto como no místico secular, e como no alquimista. E aqui passamos à alquimia, objecto das nossas reflexões.
«Todos os místicos falam a mesma língua, pois vêm do mesmo país», escreve Evelyn Underhill. Pois a língua dos alquimistas, e o país de onde eles vêm é este mesmo, dos místicos. E a definição mais adequada de alquimia identifica-se com a definição geral de misticismo, e com a definição especial de misticismo secular, enquanto forma «marginal», «laica», «secularizada» da experiência mística, por não se integrar em nenhum contexto tradicional reconhecido.
Evelyn Underhill define três grupos diferentes de místicos: «A. Aqueles que concebem o Perfeito como uma visão beatífica exterior a eles e muito afastada. (…) B. Aqueles para quem o misticismo é, acima de tudo, uma relação pessoal e íntima, a satisfação de um profundo desejo. (…) C. Aqueles que têm consciência do Divino como uma Vida Transcendente imánente no mundo e no eu, e de uma estranha semente espiritual dentro de si, através de cujo desenvolvimento o homem, elevando-se a níveis superiores de carácter e consciência, atinge o seu objectivo. (…) Para estes, a vida mística envolve uma mudança interior, muito mais do que uma procura exterior (Ibid.). É precisamente com estes que se identificam os alquimistas e a sua Obra, que mais não é do que o acabamento, o aperfeiçoamento do próprio ser humano.»
O objectivo da alquimia era a produção da Pedra Filosofal. Mas a procura da Pedra é o equivalente da perfeição, ao conhecimento e identificação com o Absoluto. Esta procura, como E. Underhill muito bem nota, realizava-se, para os alquimistas como para os místicos, no aqui e agora do mundo material em que se vive, e não nalgum distante mundo transcendente (como era o caso para os místicos do grupo A).
A alquimia é, pois, uma forma de misticismo. É um dos caminhos, um dos acessos ao paraíso, à eternidade, uma das maneiras que o homem tem de neste mundo se realizar integralmente, transmutando-se, sofrendo no corpo e no espírito a mesma alteração que sofre o místico ao ser-lhe revelada a divindade.
Do espírito de religiosidade que informa a verdadeira alquimia (e não a goldmacherei dos charlatães) dão testemunho todos os alquimistas «verdadeiros», como diria o abade Dom Pernety, do século dezoito.
É o espírito que a informa que nos permite aproximá-la do misticismo, ou do misticismo secular. O resultado da Grande Obra (Magnum Opus) é o innere geistige Mensch, o «homem interior, espiritual», a que Jung se refere, em Psicologia e Alquimia6.
Mas vejamos algumas definições dadas por estudiosos desta matéria:
«Esta disciplina antiga consiste», segundo Eugene Canseliet, «em separar constantemente o falso de toda a vida, o impuro de todas as coisas, que por conseqüência e lentamente progridem para o sublime e para a pureza». É exactamente o que diz Martinus Rulandus no seu Lexicon Alcheminae: «Alchimia est separatio impuri a substantia puriore.»7
Para E. Underhill as três cores que a prima materia assume ao longo da Obra: negro, branco, vermelho, são «claramente análogas aos três tradicionais estádios do caminho místico: Purgação, Iluminação, União».8 Pela purgação, correspondente ao solve (do solve e coagula alquímico), se liberta o eu das suas impurezas, e se prepara para a Revelação final. Esta Revelação implica e opera simultaneamente a transmutação do eu (do místico, ou do alquimista), identificando-o com o Uno, a Divindade. A busca alquímica é aspiração à Unidade.
A alquimia poderá, pois, ser considerada uma das vias de acesso à Divindade. E a julgar pelos múltiplos testemunhos dos alquimistas, via que plenamente resulta. Através dela também o homem vulgar pode aceder à revelação excepcional dos místicos. O místico ama o «ser mais interior» (innerste Wesen), como diz Herbert Silberer. E o que o alquimista pretende é exactamente libertar o ser mais interior, o «ser espiritual», que a matéria, o homem, em si mesmos encerram. A alquimia é a arte da realização, do «acabamento» (Vervollkomnung) do homem. É a arte que «transforma os não livres em livres, os escravos em senhores»9. Para concluir, com Silberer, o que importa é que cada um procure o seu ideal. «O próprio esforço, e não o seu objecto, forma a base do seu desenvolvimento. »(Idem)
Também Serge Hutin, no seu livro sobre a alquimia10, se refere à alquimia mística: «A terminologia alquímica tinha um sentido figurado e designava o “Ouro Espiritual”.» A finalidade da alquimia não era a procura do ouro material: era a depuração da alma, a metamorfose mística do espírito. Os «vis metais» eram os desejos e as paixões terrestres, tudo o que impede o desenvolvimento do ser humano autêntico. A pedra filosofal era o homem transformado pela transmutação mística. A transmutação do chumbo em ouro era a elevação do indivíduo para o Belo, o Verdadeiro, o Bom, a realização do Arquétipo que cada um traz dentro de si. O homem era a matéria mesma da Grande Obra e assim se explica a passagem dos Sete Capítulos de Hermes: «A obra está convosco e em vós, de tal modo que, achando-a em vós próprios, onde ela está continuamente, a tereis sempre onde quer quer estejais, em terra e no mar.»(Idem)
Pretendemos afirmar que a alquimia foi (é) uma forma de misticismo (secular). A alquimia mística é reconhecida pelos estudiosos, é defendida pelos adeptos, que declaradamente se referem a uma falsa e a uma verdadeira alquimia, sendo a falsa a que toma por objectivo da Obra somente a fabricação do ouro. Pois o único objectivo da Obra é a transmutação do homem. Tudo o resto é dado (quando é dado) por acréscimo. Poder-se-ia até afirmar que só o significado místico da alquimia é mesmo verdadeiro: «Fica sabendo que os filósofos, por precaução, escreveram coisas diversas, a fim de que os ignorantes, querendo só o ouro ou a prata, fossem enganados…»11, escreve Basile Valentin. O ouro não é a finalidade verdadeira da alquimia. «Tu és a própria matéria da Grande Obra», escreve também, entre outros, Grillot de Givry.
A alquimia é a arte da purificação do eu, que torna o homem capaz de aceder ao Conhecimento, à Revelação, à Unificação Suprema. Os conselhos de Basile Valentín, monge e filósofo hermético, não diferem em nada dos conselhos que os místicos dariam aos fiéis: «Em resumo, se queres procurar a nossa Pedra sê sem pecados, persevera na virtude, que o teu espírito seja esclarecido pelo amor da luz e da verdade. »(Idem) Amor da luz e verdade recebe o alquimista quando bem sucedido na sua Obra: Oculatus Abis! Partes munido de olhos, partes clarividente, pode ler-se no fim do Mutus Liber12. O alquimista, como místico, tem acesso à Verdade, ao Absoluto. A via não é fácil: Ora, lege, lege, lege, relege, labora et invenies. (Reza, lê, lê, lê, relê, trabalha e descubrirás.) É necessária a oração, a meditação prolongada, o trabalho, até se obter a Iluminação final.
Como dizia G. G. Scholem, a experiência directa da Realidade Suprema obtém-se por iluminação súbita ou longas preparações… a alquimia é o caminho das longas preparações. Prática e meditação espiritual, a alquimia (como o ioga), abre ao adepto as portas da sabedoria eterna, permite-lhe chegar às últimas verdades, ao conhecimento de Deus e de si próprio.
«Toda a sabedoria vem de Deus, e esteve com ele desde toda a eternidade. Aquele, pois, que deseja a sabedoria deve procurá-la em Deus, e pedi-la a ele; porque ele a distribui abundantemente. (…) Ele é o princípio e o fim, a altura e a profundidade de toda a ciência, e o tesouro de toda a sabedoria; pois dele, nele, e por ele são todas as coisas, e sem ele não se pode concluir nada de bem. A ele, pois, honra e glória em todos os séculos.» (Alberto Magno, no Prefácio ao seu Tratado de Alquimia)13. «A Pedra Filosofal», diz também Nicolás Flamel, «é oferecida por Deus e concedida aos homens; é para ser possuída por aqueles que a desejam; e nela reside o poder de toda a divindade»14.
A Pedra é «dom de Deus». A Pedra é o Cristo, afirmam ainda todos os alquimistas na Idade Média. É curioso verificar que a elaboração da Pedra retoma as diversas fases da vida de Cristo. Michael Maier, alquimista, escreve acerca de outro alquimista: «Este homem sábio entendeu o que era imputado à Pedra filosófica como sendo o nascimento, a vida, a paixão ou a exaltação no fogo, e em seguida a morte na cor negra e tenebrosa, por fim a ressurreição e a vida na cor vermelha e a mais perfeita. Depois estabeleceu a relação da Pedra com a obra da salvação dos homens, quer dizer, com a natividade, a vida, a paixão, a morte e a ressurreição de Cristo, todas lembradas na Missa. »15
Mas não é preciso partir da identificação da Pedra com Cristo, feita na Idade Média. Já muito antes se vira que o alquimista pretendia «ser instruído sobre os seres, compreender a sua natureza, conhecer Deus», como diz no Poimandro, texto do Corpus Hermeticum tão citado em todos os tratados. Hermes, o Thot dos egípcios, é considerado o pai da alquimia. E já nestes textos antigos o êxtase é o objectivo a alcançar. Também nos textos de Zosimo, um dos primeiros alquimistas oficiais em data, misticismo e alquimia, experiência mística e realização da Obra vão a par. Na Lição I, sobre a virtude, Zosimo conta como adormeceu, a visão que teve, a voz que ouviu. A voz desse sacerdote que lhe apareceu em visão diz: «Realizei a acção de descer os quinze degraus, caminhando para a escuridão, e a acção de subir os degraus, caminhando para a luz. É o sacrificador que me renova, expulsando a natureza espessa do corpo. Assim sagrado sacerdote pela necessidade, transformo-me num espírito. »16) À primeira visão de Zosimo acrescenta-se uma segunda, e nesta segunda de novo é definido, em termos de realização espiritual, o processo alquímico a que se assiste: (…) pois os homens que querem obter a virtude entram aqui e transformam-se em espíritos, depois de ter fugido do corpo.» Desta segunda visão a explicação final é a seguinte: «Trata-se da natureza e do laço da virtude no universo inteiro.» Ou seja, resumindo: das trevas à luz, pela acção da virtude. Zosimo também resume o significado das suas visões, nos seguintes termos: «Este preâmbulo é uma entrada destinada a mostrar-te as flores dos discursos que se vão seguir (quer dizer), a procura das virtudes, da sabedoria, da razão, das doutrinas da inteligência, os métodos eficazes, as revelações que esclarecem as palavras secretas. Assim a virtude persegue o Todo, a seu tempo e com método.»(Idem)
A alquimia é uma prática e uma meditação, de natureza mística. Do múltiplo se chega, na alquimia, à revelação do Todo, do Uno: «É belo ver as mutações dos quatro metais (o chumbo, o cobre, a prata, o estanho) transformados em ouro perfeito. Mas não nos esqueçamos de que este ouro perfeito é o próprio Espírito do homem, liberto e transmutado.» Para terminar, mais um trecho de Zosimo, tirado do seu Resumo Final: «Repousa o teu corpo, acalma as tuas paixões, resiste ao desejo, ao prazer, à cólera, ao desgosto, e às doze fatalidades da morte. Orientando-te assim chamarás a ti o ser divino, e o ser divino virá a ti, ele que está em toda a parte e em nenhum lado. (…) Faz estas coisas até que tenhas tornado perfeita a tua alma.»(Ob. cit.)
Como não recordar aqui o Tratado do Homem Nobre, de Meister Eckhart, em que se indicam os vários graus de ascensão do homem nobre? Passo a citar:
«O homem nobre imita primeiro as pessoas piedosas. (…) volta as costas à humanidade e procura a face de Deus. (…) aplica-se às coisas de Deus, unido a ele no amor. (…) repousa em silêncio na superabundância da suprema sabedoria. (…) transforma-se para além de si mesmo na eternidade de Deus, esquece completamente a vida temporal, tornou-se um filho de Deus.»17
Nas Instruções Espirituais, de 1298, Eckhart afirma que um espírito «renunciado» pode tudo. E define-o como «aquele que não é perturbado por nada, nem está ligado a nada (…) que está completamente mergulhado na vontade divina e saído de si mesmo».(Idem) O espírito saído de si mesmo, abandonado, permitirá a união com Deus, sempre presente. Eckhart aconselha, como Zosimo: «Começa por ti mesmo e abandona-te. Na verdade, a menos que primeiro fujas de ti próprio, para todo o lado onde fugires encontrarás obstáculos e inquietações… »(Idem) E ainda: «Para aquele que procedesse correctamente, na verdade, Deus brilharia nas coisas profanas tão claramente como na mais divina, se ele possuísse Deus realmente. »(Idem)
«Deus pode ser encontrado em toda a parte», escrevera já Santo Alberto Magno no seu Tratado de Alquimia. Desde que seja perfeito o homem que o procura. A Pedra Filosofal é a perfeição.
Na alquimia, o homem, partindo muito embora da matéria (prima matéria), é aos seus próprios e mais profundos enigmas que chega. Ao operar a transmutação dos «vis metais» em ouro é a si próprio que transforma, surgindo como homem finalmente iluminado, depois de uma longa procura.
O caminho é todo interior, como se diz no Livro da Consciência e da Vida: «Não procures no exterior o gérmen original! »18. Para a definição do homem interior, do «homem novo», estabelece Eckhart seis graus de perfeição:
«O sexto grau é quando o homem está desligado das imagens e transformado acima de si mesmo pela eternidade de Deus, quando chegou ao esquecimento total e perfeito da vida efêmera e temporal, transformado numa imagem divina, tornado filho de Deus.»19
O caminho, para místicos como para alquimistas, é o que leva da escuridão à luz, da multiplicidade à unidade, do desejo à realização, da profunda ignorância à sabedoria suprema.
Pela alquimia, como pela experiência mística, se procura obter o acabamento, a perfeição do homem neste mundo, nesta vida que é dada, sem adiar a plenitude do conhecimento e experiência de Deus para outra vida. É aqui e agora que o alquimista procura realizar-se, por um esforço consciente, paciente, da fé e da vontade. A perfeição (a Pedra) é o estado em que se vence a morte (o temporal) e se conquista a imortalidade: «Aquele que conhece o transcendente e o imanente, com o imanente vence a morte e com o transcendente vence a imortalidade. »20 É isso que o alquimista faz, nisso consiste a Obra: no conhecimento (na experiência) do transcendente e do imanente (do transcendente no imanente).
Talvez não se possa considerar o alquimista um «filho de Deus» legítimo, no sentido em que Eckhart utilizou a palavra. Mas de Deus é sem dúvida um filho ilegítimo, e como tal merece ser estudado.
[Literatura e Alquimia, Editorial Presença, 1987]William Blake (que Scholem refere), cuja imaginação ainda está repleta de imagens da tradição, da Igreja ou do esoterismo hermético, ou, mais recentemente, o caso do médico canadiano Richard Maurice Buke, cuja obra, muito divulgada na América do Norte, demonstra como uma experiencia mística profunda pode ser interpretada, por aquele que a vive, de um modo imanente e natural, sem que nenhuma autoridade religiosa nela desempenhe qualquer papel((Cosmic Consciousness, A Study in the Evolution of the Human Mind, Nova Iorque, 1901. ↩
«La Mystique du Monde Nouveau», em Encyclopédie des Mystiques, Ed. Robert Laffont, Paris, 1972. ↩
The Varieties of Religious Experience, Nova Iorque, 1901-1902. ↩
Mysticism, Ed. Methuen and Co. Ltd., Londres. ↩
Psychologie und Alchemie, Rascher Verlag, Zurique, 1952. ↩
Citação do prefácio de E. Canseliet à edição francesa do Mutus Liber, por Jean Jacques Pauvert, Paris, 1967. ↩
Herbert Silberer, Probleme der Mystik una ihrer Symbolik, Darmstadt, 1961. ↩
B. Valentin, Les Douze Clefs de la Philosofia, Ed. de Minuit, 1956. ↩
Mutus Liber, ob. cit. ↩
Citado por Dom Pernety no Dictionnaire Mytho-Hermétique, Denöel, 1972. ↩
Citado por Arthur Edward Waite, em The Secret Tradition in Alchemy, Londres, 1926. ↩
M. Berthelot, Collection des Anciens Alchimistes Grecs, Paris, 1888 (3.° vol. ↩
Meister Eckhart, Les Traités, trad. francesa, Éditions du Seuil, 1971. ↩
(Le Secret de la Fleur d’Or, Ed. Librairie de Médicis, 1969. ↩
Tratado do Homem Nobre. ob. cit. ↩
«Isha Upanixade», em The Upanishads, trad, do sànscrito de Juan Mascaró, Penguin Classics, 1970. ↩