No pensamento de Platão há uma cidade cósmica do mundo, o estado cidade e um corpo político de indivíduos: são todos comunidades (do grego koinonia e do sânscrito gana). “Encontramos o mesmo número de castas (em grego genos e em sânscrito jati) na cidade e na alma (ou no Eu) de cada um de nós”; (2) o princípio da justiça é o mesmo em toda parte, ou seja, cada membro da comunidade deve executar as tarefas para as quais tem aptidão por natureza; e o estabelecimento da justiça e do bem-estar coletivo depende sempre da resposta à pergunta: qual deles vai governar, o melhor ou o pior? Uma Razão única e uma Lei Comum única? Ou a multidão de homens endinheirados que ficam fora da cidade, e a infinidade de desejos dos indivíduos? (República, de Platão, 441 etc). (Coomaraswamy)
Pode-se dizer de Purusha que, repousando na “cidade divina”, é o seu único “cidadão” (civis), pois a multidão de habitantes que a “povoam” só existe na verdade por causa dele, inteiramente produzida pela sua própria luz e animada pelo seu próprio sopro (prana), sendo que os raios solares e o sopro vital nada mais são aqui, de fato, que dois aspectos do sutratma. (Guénon)