Daumal (RDCC) – Contra-Céu VI

(RDCC)

tradução

Não cesse de recuar para trás de ti mesmo,
E daí contemple:
O puro NÃO que se impregnou de nomes de deuses, viu borbulhar o mundo em veste de bolhas:
ele projetou, evocou esta natureza,
ele viu, conheceu esta natureza,
ele amou esta natureza.
Aqui a loucura conserva sempre o segredo da Reversão do Mistério.

A verdadeira causalidade é a criação consciente, integral, do efeito pela causa. Isto que é conscientidade e causa ao mesmo tempo, é o ato negador pelo qual se apreende o sujeito e se projeta o objeto.

A relação de causalidade entre o sujeito e o objeto repousa no ato mesmo que os separa. A relação de conhecimento entre eles repousa no fato realizado de sua separação.

Há em terceiro lugar, entre sujeito e objeto, uma relação de amor, que repousa na afirmação de sua identidade principial apesar de sua separação.

Se você deseja se dar ao trabalho de meditar a esse respeito, tome nota do seguinte conselho: preste muita atenção quando passar da ordem microcósmica à ordem macrocósmica, ou inversamente; em outras palavras, da ordem ascética à ordem metafísica, ou inversamente. Uma lhe aparecerá como o reflexo invertido da outra; pois, em relação ao macrocosmo, o microcosmo é sujeito. Repito que esse ponto é perigoso; porém, afinal de contas, ninguém o obriga a se ocupar destas questões.

Original

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