al fayd al-muqaddas = emanação santa, efusão santa
Esta passagem, o sufi persa Nur ad-din ‘Abd ar-Rahman Jami a explica assim: “A Majestade de Deus (al-haqq) se revela de duas maneiras; uma delas, que corresponde à revelação interior, puramente inteligível, que os sufis chamam de Efusão santíssima, consiste na auto-revelação de Deus se manifestando de toda a eternidade a Si Mesmo sob a forma dos arquétipos e daquilo que eles implicam de caracteres e de capacidades; a segunda revelação é a manifestação exterior, objetiva, que denominamos a Efusão santa (al fayd al-muqaddas); consiste na manifestação de Deus por intermédio da marca dos mesmos arquétipos; ela é o teatro onde aparecem as perfeições que, segundo a primeira revelação, estão virtualmente contidas nos caracteres e capacidades dos arquétipos” (Lawaih, cap. XXX; ed. do texto persa e trad. ingl. por E.H. Whinfield e Mirza Muhammad Kazvini; Oriental Translation Fund, New Series, vol. XVI, Royal Asiatic Society). Neste texto, as expressões “formas” ou “caracteres”, que se referem aos arquétipos, devem ser compreendidas como simples “alusões”, porque os arquétipos ou “essências imutáveis” estão evidentemente além de toda individuação ou distinção formal. (Titus Burckhardt)