Se Deus não penetrasse de Sua “Forma”1 a existência, o mundo não seria; assim mesmo que os indivíduos não seriam determinados se não houvessem as Ideias universais. Segundo esta verdade, a existência do mundo reside na sua dependência a respeito de Deus. Na realidade cada uma depende (do outro: a “Forma divina” daquela do mundo, e inversamente); nenhuma é independente (da outra); é a pura verdade; nós não nos expressamos em metáforas. Por outro lado, quando eu falo daquilo que é absolutamente independente, tu saberás aquilo que entendo por isto aí (quer dizer, a Essência infinita e incondicionada). Cada um (a “Forma divina” como o mundo) é portanto ligado ao outro, e cada um não pode ser separado do outro; apreendeis bem aquilo que vos digo.
A expressão de “forma” é aqui análoga à noção peripatética de forma (eidos), quer dizer de marca qualitativa; lembremos que a qualidade pode ser transposta no universal puro. Por referência à palavra do Profeta: “Deus criou Adão na Sua forma (çûrah)”, o Sufismo denomina “Forma divina” o conjunto das Qualidades perfeitas pelas quais Deus Se revela no universo. ↩