Karl Renz (KRAudio) – realidade realizando si mesma

(56:13) Q: Então não tem propósito estar aqui?

K: Não sei. Se te sentes OK aqui, então OK, o propósito é servido. Se não estais OK, também OK. Se tivesse que estabelecer um propósito para algo então o propósito seria experienciar a si mesmo em desamparo (helplessness), ou seja, que sempre fazes coisas que nunca querias fazer, e que tens que fazer coisas independente de querê-las. Como toda manhã acordar neste corpo. Ninguém quer acordar. Mas então é tarde demais, tens o dia todo. Experiência permanente de desamparo. Esta é a experiência de Deus Ele mesmo, como Brahma se experienciando em desamparo, ele não pode não se realizar ele mesmo.

Sempre se tomou Ramana equivocadamente, pois ele sempre disse “tens que te realizar a ti mesmo”. Mas se tomou isto em termos pessoais e se pensou: tenho que realizar minha natureza verdadeira. Não, já és o que és, és realidade, e realidade tem que realizar si mesma, se gosta ou não. Apesar de gostares ou não gostares, és o Parabrahma que não pode não sonhar ele mesmo. O próximo momento é seu Absoluto sonho, e não podes evitá-lo. Não podes evitar ti mesmo. Isto é tudo! Tens que realizar ti mesmo, isto foi a indicação final de Ramana: tens que realizar ti mesmo. Mas certamente tomas isto pessoalmente, e pensas tenho que realizar minha verdadeira natureza. Não! Ramana sempre falou para ele mesmo e como ele era para si mesmo. Para esta mesma realidade, o mesmo si, que tem que realizar si mesmo. Não falou para nenhum fantasma relativo dizendo para ele tens que realizar tua verdadeira natureza. Ele falava para si mesmo, sua natureza absoluta, dizendo a ele mesmo tens que realizar ti mesmo, gostes ou não. Não de nenhuma maneira especial, será sempre diferente mas és Isso. O único sofrimento é que tentes realizar tua verdadeira natureza, pensando que há algo especial em algum lugar. ISSO, é o que és! Momento a momento, o que quer que suceda. És realidade realizando si mesma como o próprio momento seguinte. Então és sempre desgraçado por ti mesmo, em qualquer diferença de qualquer tipo, e não há nada mais ou menos do que ISSO: o que vem, e é, e será.

Karl Renz