É assim que a vida vive a si mesma; está tudo bem. Mas não há ninguém que com isto tenha uma vantagem ou desvantagem. É como um teatro ou uma peça em que ninguém vai para casa depois da peça porque não havia ninguém encenando. Neste Absoluto sonho de Parabrahman, tudo é possível, tudo está aí. Tudo o que podes imaginar, está aí. Tudo! Tudo o que podes imaginar, é o Absoluto imaginando o que quer que tem que ser, tem que ser. Não podes tirar nada disso. Se pudesses tirar um momento de sofrimento desta vida vivendo a si mesma, poderias destruir a vida. Mas não podes. Tudo tem que estar aí. Toda mínima queixa e choro. Que eu devo sentar tem que acontecer. Imagine se eu pudesse evitá-lo! Dane-se tudo!
No momento em que tentas evitar o sofrimento, te tornas o sofredor. O que podes fazer? Como podes não tentar evitá-lo? E o amor faz tentares evitá-lo, porque, por amor a ti mesmo, queres conforto e conforto seria a ausência de sofrimento ou miséria. O amor próprio é a raiz de todo sofrimento. Não podes imaginar que o amor por ti mesmo é a raiz de toda a miséria, porque há um “eu” envolvido, um amante e um amado, um sujeito e um objeto. Miséria instantânea. E agora é tarde demais. Tens que ser apesar disto, porque nunca vai parar. Nunca começou e nunca vai parar, esta paixão … Paixão por ti mesmo. Desesperança suficiente?