Karl Renz (KRSI) – percepção e experiência

P: Quando o acordamos neste momento, o que aconteceu com sua percepção? Você nos ouviu acordando, alguém chamou Karl e imediatamente tudo estava aí ou…

K: Já estava aí.

P: Quando você está em sono profundo, você realmente percebe isso?

K: Não estou em sono profundo.

P: Em um sono profundo?

K: Não há ninguém em sono profundo, não há ninguém aqui.

P: Mas há uma percepção, certo?

K: A percepção é sempre!

P: E a percepção de Karl?

K: E o que acontece com o Karl percebido?

P: O que aconteceu quando o acordamos?

K: Não aconteceu nada. O que deveria acontecer?

P: Só quero saber o que acontece com sua percepção pessoal?

K: Nãopercepção pessoal.

P: Isso é tudo o que sei, só conheço minha percepção pessoal

K: Você não tem percepção pessoal!

P: Mas existe uma experiência de percepção pessoal?

K: Não.

P: Então, o que estou experimentando agora?

K: Você está experimentando Yorden, mas isso não é uma percepção pessoal. Essa é uma experiência pessoal e não uma percepção pessoal.

P: Mas a percepção parece muito pessoal

K: A percepção nunca sente nada. Você não pode sentir a percepção. Não afirme algo que você não pode fazer. Que besteira é essa?

P: Estamos apenas brincando com as palavras

K: Não estamos brincando com palavras, você não pode experimentar a percepção. O que quer que possa ser experimentado não é percepção.

P: Não sei…

K: Eu sei que você não sabe.

P: Para mim, parece que tenho percepção. Se eu bater em minha mão…

K: Isso não é percepção, é uma experiência.

P: Mas onde está a percepção, então?

K: Ela é sempre anterior ao que você experimenta.

P: Mas na experiência deve haver percepção

K: Existe a percepção, mas não é percebida. A percepção nunca pode ser percebida, caso contrário, haveria duas percepções. Qual percepção está percebendo qual percepção?

P: Então você está falando de outra coisa que eu normalmente experimento e vejo…

K: Você fala de experiências, mas não de percepção.

P: Falo sobre o que percebo…

K.: Mas isso não é percepção. O vidente já é percebido, mas a percepção, que está percebendo o percebedor, nunca pode ser percebida.

P: Isso são apenas palavras. Você pode ME mostrar isso?

K: O quê?

P: Mas como posso ver isso?

K: Acabei de dizer que você não pode ver. De que besteira está falando?