Karl Renz (KRWH) – fantasma realizado

tradução

Q: Eu tive um mestre há tempos e tive uma experiência na qual percebi que estava perdendo ele …

K: Essa é a natureza da realização, que o mestre desaparece porque você está absolutamente farto de tudo. É como se a percepção desconecta de tudo. Mas eu lhe digo, alguém é estúpido o suficiente para buscá-lo novamente e o que fica menos, fica mais novamente. A estranha realização do Eu Absoluto que-és. Às vezes é menos estúpido, mas ainda é estúpido. E o pensamento raiz ‘eu’, do qual você não pode se livrar. Está sempre presente.

Susan Siegel foi um bom exemplo de realização – perdendo o ego em um ponto de ônibus. Então ela começou a falar que tudo é amor incondicional, todos somos oceano de amor e não há sofrimento. E há uma pequena semente de medo, mas é tão pequena que nem vale a pena mencionar. De qualquer forma, desaparecerá mais cedo ou mais tarde. Então, dois anos depois, a pequena semente tornou-se um oceano de ódio novamente, e ela morreu logo depois disso. Então, esse oceano de amor é muito temporário. Ainda existe uma semente de ‘eu’ aí e sempre crescerá novamente. Foi reduzido ao início, como com-ciência [awareness]. Mas o que pode ser reduzido, pode crescer novamente e mais forte do que antes.

Portanto, o entendimento que reduz isso é um entendimento relativo que reduz um problema relativo – ‘eu’. Então ‘eu’ realmente acredito que não existe ‘eu’. Apenas o ‘eu’ diria, não há ‘eu’. O ‘não-eu’ crescerá novamente. Apenas aponto que o que você é em natureza, na existência absoluta, não precisa que você realize nada. Foi, é e será o que foi – com ou sem a sua realização.

O que quer que você perceba, por mais profundo e profundo que seja, sua natureza nunca exigiu isso. É apenas uma parte da história de alguém percebendo algo. Mesmo se tornar consciência cósmica ainda é estúpido. Do começo ao fim, o que quer que aconteça nessa presença – é ignorância. Até a ausência é ignorância. Estes são os dois lados do conhecimento – experimentando-se na presença da ignorância e na ausência de ignorância. A ausência de ignorância parece mais confortável e a presença de ignorância é desconfortável. Mas o que fazer? Não podes não te realizar.

E se alguém se percebe como o que quer que seja, o que acontece com a consciência [consciousness] em outros casos? Um é realizado e os outros são estúpidos como o inferno. Como isso pode acontecer? Saiu um livro – Se despertares, não tomes isto como pessoal. Mas como não podes levar para o lado pessoal? Fazes disto a tua estória. Mesmo uma não-mente, uma não-estória se torna uma estória. Não podes evitar, este fantasma terá uma estória – era uma vez que eu não era realizado e agora eu sou um fantasma realizado.


Original

Q: I had a master earlier and I had an experience in which I realized that I was losing him…

K: That’s the nature of realization, that the master disappears because you are absolutely fed up with everything. It’s like perception disconnects from everything. But I tell you, one is stupid enough to pick it up again and what gets less, gets more again. The strange realization of the Absolute Self you-are. It’s sometimes less stupid, but it’s still stupid. And the root thought ‘I’, you cannot get rid of. It’s always present.

Susan Siegel was a good example of realization – losing her ego on a bus stand. Then she started to talk that all is unconditional love, we are all ocean of love and there is no suffering. And there’s a little seed of fear but it’s so small that it’s not even worth mentioning. It will be gone sooner or later anyway. Then two years later, out of the little seed, it became an ocean of hate again, and then she died soon after that. So, this ocean of love is very temporary. There’s still a seed of ‘I’ there and it will always grow again. It was cut down to the very beginning, as awareness. But that what can be cut down, can grow again and stronger than before.

So, the understanding that cuts it down, is a relative understanding that cuts down a relative problem – ‘me’. Then ‘me’ really believes that there is ‘no ME’. Only the ‘me’ would say, there is no ‘me’. The ‘no ME’ will grow again. I just point out That what-you-are in nature, in Absolute existence, doesn’t need you to realize anything. It was, it is and it will be what it was – with or without your realization.

Whatever you realize, however profound, however deep, your nature never demanded that. It’s just a part of the story of one realizing something. Even becoming cosmic consciousness is still stupid. From the beginning till the end, whatever happens in this presence – is ignorance. Even the absence is ignorance. These are the two sides of knowledge – experiencing itself in the presence of ignorance and the absence of ignorance. The absence of ignorance seems more comfortable and the presence of ignorance is discomfortable. But what to do? You cannot not realize yourself.

And if one realizes himself as whatever, what about the consciousness in other cases? One is realized and the others are stupid as hell. How can that happen? A book came out – If You Wake Up Don’t Take It Personal. But how can you not take it personally? You make it your story. Even a no-mind, a no-story becomes a story. You cannot help it, this phantom will have a story – once I was not realized and now I am a realized phantom.

Karl Renz