O conhecimento astronômico das causas de eclipses foi transmitido na Idade Média por estudiosos interessados no calendário e cronologia para fins religiosos e litúrgicos. Dungal, da Irlanda, por exemplo, tê-los-ia explicado a Carlos Magno, e existem provas de predições corretas de eclipses. No mundo muçulmano, os conhecimentos gregos foram melhor preservados e os eclipses foram estudados cientificamente em Bagdá, no século IX, e no Cairo, em fins do século X.
Os cronistas e historiadores medievais no Ocidente, entretanto, estavam mais inclinados a tratar os eclipses como presságios e, em consequência, dataram às vezes de forma incorreta os acontecimentos históricos: os autores de sagas, por exemplo, associaram a morte de Santo Olavo na batalha de Stiklestad, perto de Trondheim, em 29 de julho de 1030, a um eclipse que não poderia ter ocorrido até 31 de agosto. Em outras oportunidades, os cronistas recorreram a notícias de eclipses dadas por outros cronistas ou historiadores em regiões distantes, mesmo que o fenômeno não pudesse ter sido observado, de maneira nenhuma, na área onde o escritor estava vivendo. Não obstante, se tratadas criticamente, as referências servem amiúde como indicações acuradas do quadro cronológico para eventos, e os estudos comparativos numa base mundial têm demonstrado uma equivalência na observação de eclipses entre a Europa, a China e até a civilização maia da América pré-colombiana. (DIM)
Rahn e Ketu é o nome de dois Asuras (“demônios” ou “deuses inferiores”) relacionados aos eclipses.