Grande Cisma (1378-1417) Ao regresso do Papado de Avignon a Roma, em 1378, seguiu-se um longo período de divisão e discórdia. A maioria dos cardeais elegeu, sob pressão, o arcebispo italiano de Bari como papa Urbano VI em Roma, no mês de abril desse ano, mas o apoio foi-lhe rapidamente retirado, em parte por causa da crueldade e natureza autocrática do novo pontífice. No ano seguinte, com base no argumento de que a eleição de Urbano carecia de validade, o cardeal Roberto de Gênova, fortemente apoiado pelo poderoso cardinalato francês, foi eleito como Clemente VII, que voltou a instalar a sé pontificai em Avignon. A Europa estava dividida em sua obediência por motivos de natureza política: o apoio a Avignon era dado pela França, Escócia, Castela, Aragão e alguns príncipes alemães; o imperador, a Inglaterra, a Escandinávia e a maioria dos italianos apoiaram Roma.

A existência de dois papas, cada um com substancial apoio, causou grande escândalo e problemas financeiros em todo o Ocidente. Humanistas em Paris, formando um grupo conhecido como os pensadores conciliares, tentaram encontrar uma solução para o problema na convocação de um concílio geral. Esse concílio foi realizado em Pisa (1409); declarou os papas existentes depostos e procedeu à eleição do cardeal-arcebispo de Milão como papa Alexandre V. Não houve suficiente vontade e força política, porém, para tornar as exonerações efetivas, o resultado imediato foi a Europa ficar com três papas em vez de dois.

A situação foi facilmente resolvida no Concílio de Constança com a eleição do poderoso cardeal Colonna, em novembro de 1417, como papa Martinho V. Eleito antes que um programa efetivo de reforma pudesse ser redigido, Martinho foi capaz de reafirmar de maneira brilhante a liderança papal da Igreja. Não obstante, apesar de todos os seus esforços, alguns elementos do cisma continuaram, com algum apoio espanhol até meados da década de 1420. (DIM)