— LOGOS
Frithjof Schuon: Christianisme/Islam
A perspectiva cristã, fundando-se sobre a Manifestação divina, é por aí mesmo uma doutrina do Intermediário: é Intermediário, “Porta” ou Logos toda realidade metafísica ou cósmica que ao mesmo tempo separa e une dois planos hierarquicamente diferentes e que deste fato tem os dois planos sem se reduzir a nenhum deles; e isso no Princípio assim como na sua Manifestação, e no microcosmo humano assim como no macrocosmo.
Exterior ou interior, eucarístico ou onomatológico: o Logos é Jesus, mas é também o Coração-Intelecto (kardia), como pode ser a Eucaristia ou o Nome mesmo de Jesus; no macrocosmo, o Logos é o “Espírito de Deus” com suas funções arcangélicas, e prolonga ou projeta assim o Logos inerente à Natureza divina.
O LOGOS NÃO É UM ENTE (abaixo tr. Antonio Carneiro)
O Logos não é em si uma « Palavra » ou um « Filho » ou um « Livro » ou um « Buda », mas aparece respectivamente como tal seguindo seu modo de manifestação terrestre. Em certo sentido a « Trindade », é definir Deus em função de Jesus; antes de Jesus, nada de dogma trinitário; falamos aqui de palavras, não do sentido profundo. A concepção trinitária — na qualidade de dogma — comporta em todo caso o perigo de uma atitude que presta praticamente à Deus um caráter relativo, e ao mundo um caráter absoluto. (Frithjof Schuon, Perspectivas espirituais e fatos humanos)