ALIMENTO — MANÁ
VIDE:PÃO
O maná do deserto aparece desde as primeiras etapas do Êxodo. Trata-se de um alimento recolhido sobre um arbusto, cuja seiva solidificada é comestível. Para o autor bíblico este encontro é providencial: Deus garante assim a sobrevivência de seu povo no deserto, antes de melhorar sua vida ordinária por um alimento mais rico.
Quando se diz do maná que é o “Pão do Céu”, cita-se os Salmos (105,40 e 78, 24-27).
O maná, prenunciado por Moisés, aparece diariamente, não havendo necessidade de guardá-lo, o que nos faz lembrar as advertências de Jesus na parábola do Rico Tolo.
Gregorio de Nissa: Vida de Moisés — MANÁ DO DESERTO
Jean Canteins: LA PASSION DE DANTE ALIGHIERI
O «pão dos Anjos» é atestado na Sabedoria de Salomão, XVI,20: LXX angelon trophe; Vulgata angelorum esca; que deve ela mesma ser lida em perspectiva da passagem Salmo 78,25 onde é dito, a respeito do maná, «pão dos Fortes»: Lehem abirim, o que a Vulgata literalmente traduziu panem fortium mas que na Septuaginta é intepretada angelon arton: «pão dos Anjos».
Conforme à problemática do «falar em línguas», este alimento dos Anjos é, segundo a Sabedoria, um pão «preparado resumindo todos sabores e de acordo todos os gostos… que se modificava no que cada um desejava» (XVI,21). Embora não seja questão desta milagrosa propriedade no relato da descida da maná (Êxodo XVI,13-21), a tradição judaica a considera (Talmude, etc.).