Melville Mundo de Acab

UM MANUSCRITO DE MOBY DICK

Tal é o mundo de Acab, e este é um mundo maléfico. Melville quis dizer exatamente o que escreveu à Hawthorne quando o livro foi consumado1 :

“Escrevi um livro iníquo, e me sinto imaculado como o cordeiro.”

O “livro iníquo” de Melville é o drama de Acab, seu ódio ardente pela Baleia Branca, e sua vingativa perseguição à baleia desde o momento que o navio se lança como destino dentro do Atlântico. É esta ação, não o romance todo “Moby Dick”. O mundo de “Moby Dick” contém mais, algo diferente. Talvez a diferença seja a razão porque Melville se sentiu “tão imaculado como o cordeiro”. As notas resumidas em Shakespeare abrangem isto.

“Madness is undefinable”: “A loucura é indefinível”.2.

Duas peças de onde o pensamento poderia ter surgido estão no volume onde estava escrito abaixo: “Lear” e “Hamlet”. Qual dos modos de loucura em “Lear” ─ do Rei, do Louco ─ é definível? Mas não precisamos nos demorar em suposições sobre o que Melville extraiu da loucura de “Hamlet” ou de “Lear”: “Moby Dick” inclui ambos Acab e Pip. Melville submete sua análise da mania de Acab para distâncias inacreditáveis, somente ele mesmo para admitir que “o mais vasto, mais tenebroso, mais profundo, de Acab permanece indecifrável”. Pip é uma idiotice mais sondável: “seus companheiros de bordo chamam-no louco”. Melville desafia a descrição, recusa deixar a loucura de Pip na sombra e na incompreensão, declara: “Assim, a insanidade do homem, é consciência no Céu”.


  1. “Moby-Dick, Herman Melville, edited by Harrison Hayford and Hershel Parker, an authoritative text, reviews and letters by Melville, analogues and sources criticism, W.W. Norton & Company; New York-London; 1967; p.730; ISBN 0-393-09670-X), In:“The Composition of Moby-Dick, Leon Howard”, page 720. “Um sentimento de indizível segurança está comigo neste momento, por conta de você ter compreendido o livro. Escrevi um livro iníquo, e me sinto imaculado como o cordeiro” 

  2. SOUS L’EMPIRE DE LA FOLIE : MOBY-DICK, SHAKESPEARE & COMPAGNIE”, Michel Imbert; In: La puissance du négatif, du non-dit en réserve dont Shakespeare garde le secret no final, na última frase, do 6°Â§ escreve o seguinte: “En marge de son exemplaire des œuvres complètes de Shakespeare, Melville aurait écrit de façon presque illisible l’annotation suivante : « Madness is ‘indefinite’« à moins que ce ne soit « undefineable »(sic), comme le suggère Charles Olson (“Call Me Ishmael”, 54).” A diferença de “undefinable” para ‘indefinite’ é sutil, a primeira é precisa: “indefinível” e mais nenhuma outra possibilidade, enquanto que a sugerida pelo estudioso possui outras possibilidades além de indefinido(a), pode ser também indeterminado; ilimitado; indistinto; impreciso; e vago. 

Moby Dick