Raimon Panikkar — Bibliografia
Contribuição de Antonio Carneiro
Bibliografia em espanhol sobre Panikkar e sua obra:
1. Dios, hombre, mundo. La trinidad en Panikkar, Victorino Pérez Prieto, Ed. Herder, 2008, 536 p., prólogo original de Xabier Picaza, S.J., ISBN: 978-84-254-2575-2
Nos achamos em um momento de criatividade e esperança. Estamos diante uma experiência inédita e provocadora, mas cheia de futuro. O que alguns tomaram como fim das religiões pode converter-se em princípio de um novo despertar e encontro religioso.
A reelaboração da Teologia Trinitária de Raimon Panikkar que nos propõe Victorino Pérez Prieto nos permite situar-nos no centro da experiência teológica e do diálogo entre o cristianismo e o hinduísmo (e o conjunto das religiões). A trindade se apresenta como uma realidade teo-antropo-cósmica, quer dizer, a união das três realidades originárias: Deus-Homem-Mundo.
O autor não se limitou a apresentar o pensamento de Raimon Panikkar, mas sim o reelaborou como se fosse material próprio, construindo sua visão da experiência e da teologia trinitárias. Só esta « fusão de horizontes » lhe permitiu escrever uma obra viva, um dos trabalhos trinitários mais importantes dos últimos decênios.
Este livro não fala sobre o ecumenismo religioso, mas sim faz ecumenismo em um aspecto essencial, em uma linha aberta ao Oriente. É uma dessas obras que nos permitem pensar de forma nova, que abrem caminhos para seguir falando de Deus e, sobretudo, para poder orientar-nos melhor neste tempo cheio de novas diretrizes ecológicas, econômicas, sociais e políticas, mas também religiosas.
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Bibliografia em espanhol de Panikkar:
1. Raimon Panikkar, Espiritualidad hindú. Sañatana Dharma, Ed. Kairos, 424 p., ISBN: 84-7245-577-7
O reconhecido filósofo Raimon Panikkar nos introduz no mundo da espiritualidade hindu numa obra que está destinada a converter-se em um clássico sobre a matéria. Com a profundidade, o conhecimento de primeira mão e o rigor que lhe caracterizam, Panikkar aborda as principais questões do hinduísmo: sua natureza, a história, suas vias místicas, o shivaísmo, o vishnuismo, o shaktismo, etc. O resultado é, sem dúvida, a melhor e mais completa exposição sobre o « sanâtana dharma » ou religião eterna escrita em língua espanhola.
2. Raimon Panikkar, La experiencia filosófica de la India, Ed. Trotta,192 p., ISBN: 84-8164-143-X
Análises das experiências filosóficas centrais da civilização da Índia clássica. Como foram «experienciados » o sentido da vida, da existência, ou da realidade, os séculos criadores daquela cultura ? Que experiências originárias deram lugar à cultura sánscrita? Na resposta à estas perguntas encontramos o convite de Panikkar para empreender a mais urgente tarefa de nossa época: uma mudança radical de civilização ou, mais ainda, antropológica.
3. Raimon Panikkar, Intuición cosmoteándrica, la. Las tres dimensiones de la realidad, Ed. Trotta, 192 p., ISBN: 84-8164-307-6 .
É possível ter em nossa época uma visão unificada da realidade? É o que pretende Panikkar com este laborioso e ambicioso projeto, no qual oferece uma visão teo-antropo-cósmica —— o “divino”, o “humano” e o “cósmico”, entrelaçados —— , capacitando para entrar nos círculos hermenêuticos que durante mil anos impediram a pessoas de diferentes tradições de fé compreender a experiência central de outras tradições religiosas.
4. Raimon Panikkar, Elogio de la sencillez,Ed.Verbo Divino, «colección Nuevos desafíos », ISBN: 9788471517968.
Este texto foi reelaborado a partir de um simpósio celebrado em novembro de 1980 em Holyoke, Massachusetts. Seu tema era: “o monge como arquétipo universal”. O autor advoga pela recuperação da dimensão monástica. Cada ser humano tem algo de monge e cada qual deve desenvolvê-lo desde sua condição pessoal. A simplicidade é o modelo para seguir.
Indice:
Introducción
Prólogo
II. EL CANON DEL DISCIPULO
1. El principio monástico fundamental es la “sencillez”
2. La alternativa: secularidad o complejidad armónica
3. Los nueve sutras.
4. Epílogo
III. SINTESIS
1. El modelo intercultural
2. El reto sociológico
3. Problemas antropológicos
4. El reto de la secularidad
IV. APENDICES
1. El kesin
2. Liturgias
Bibliografía
Glosario
5. Raimon Panikkar, La nueva inocencia, Ed. Verbo Divino, « colección Nuevos desafíos », ISBN: 978-84-7151-797-5
Fala-se de uma mudança de civilização e de crise da cultura. Estamos dispostos a reformar tudo, mas não levamos demasiado a sério a reforma pessoal. Trata-se de dar-nos conta de que nem a mera razão nem a simples vontade são suficientes para fazer frente à situação tanto do homem em particular como da humanidade em geral.
Relámpagos
Prólogo
Presentación
I. BLANCOS
1. La nueve inocencia
2. La intuición cosmoteándrica
3. El espíritu contemplativo
4. El espejismo del futuro
5. Humos y lenguaje
6. La trampa del bilingüismo
7. El tecnocentrismo
8. La injusticia en el mundo non os deja indiferentes
9. La pena de muerte y la guerra
10. El por qué de una fiesta mayor
11. El hombre y su miedo
II. ROJOS
1. Carta desde el monte Athos
2. El Cristo cósmico
3. Mi testimonio de fe
4. La plegaria de nuestro ser
5. Religión y mundo moderno
6. La problemática del “aggiornamento” monástico
7. Unicidad y monoteísmo
8. El retorno de la religión
9. El creyente
10. Despojarse del manto mediterráneo
11. ¿Qué quiere decir hoy confesarse cristiano?
12. Sobre la universalidad de la iglesia
13. El sueño de una iglesia india
14. Los demonios de Juan Pablo II
15. Una crítica intercultural a la teología de la liberación
III. AZULES
1. El sermón de la montaña en el diálogo intrarreligioso
2. Una espiritualidad para nuestro tiempo
3. La apuesta de Pascal
4. Ecumenismo ecuménico
5. Ecumenismo crítico
6. La concordia religiosa según Ramón Llull
7. La interpelación de Asia al cristianismo
8. En Cristo no hay ni cristiano ni gentil
9. La paz política como objetivo religioso
10. Una nueva conciencia para una nueva humanidad
Agradecimientos
Fuentes
Bibliografía
6. Raimon Panikkar, De la mística: experiencia plena de la vida, Ed. Herder, 2008, 306 p., ISBN: 978-84-254-2540-0.
Como afirma o autor, a mentalidade classificatória do Ocidente se perguntará onde inscrever este livro, uma vez descartada a possibilidade de colocar-lhe o rótulo de moderno, e ainda a de pós-moderno. Cedendo a este afã classificatório, poderia dizer-se que trata-se de uma aproximação intercultural e pluralista de um fenômeno humano, uma aproximação que procura apresentar o problema da experiência mística com o mínimo de pressupostos da linguagem desde a qual se fala.
Nas palavras do autor, este livro, cuja gestação remota durou decênios, aspira a voltar a integrar a mística no mesmo ser do homem. A mística não é uma especialização, mas sim uma dimensão antropológica. Todos homens são místicos, ainda que em potencial.
7. Raimon Panikkar, Ch. Maillard, Ó. Pujol, J.M. de Mora, K. Vatsyayan, A. Coomaraswamy, E. Fernandez del Campo, R. Ivekovic, B. Bäumer, K.D. Tripathi, C. Garcia-Ormocchea y otros; El árbol de la vida, La naturaleza en el arte y las tradiciones de la India; Ed. Kairos, colección: Sabiduría Perenne, 248 p., edición a cargo de Chantal Maillard, ISBN: 9788472454866
Um livro único em seu gênero, escrito por um elenco dos melhores especialistas na matéria, acerca do papel da natureza, o símbolo da árvore ou a sensibilidade ecológica nas tradições espirituais e artísticas da Índia. A obra abrange desde o « Rig-Veda » e o shivaismo, até o jainismo e o shaktismo, passando pelas tradições de cultos populares.
8. Raimon Panikkar, Upanisads, Siruela Ediciones, ISBN: 9788478442928.
9. Raimon Panikkar, El silencio del Buddha: una introducción al ateísmo religioso, Siruela Ediciones, «colección El Árbol del Paraíso » n° 8, 424 p., ISBN-10: 84-7844-321-5.
10. Raimon Panikkar, La trinidad: una experiencia humana primordial, Siruela Ediciones, «colección El Árbol del Paraíso» n° 14, 104 p., traducido por María Tabuyo y Agustín López, ISBN-10: 84-7844-426-2.
11. Raimon Panikkar, La plenitud del hombre: una cristofanía, Siruela Ediciones, «colección El Árbol del Paraíso» n° 19, 284 p., traducido por Germán Ancoechea, ISBN-10: 84-7844-476-9.
12. Raimon Panikkar, Paz e interculturalidad: una reflexión filosófica, Ed. Herder, 2006, 184 p., título original: Pace e interculturalità. Una riflessione filosofica, ISBN: 9788425424243.
O problema da paz é tão complexo como difícil. Não só tem obstáculos práticos, como também dificuldades teóricas. Não é possível avaliar corretamente o problema do outro sem um conhecimento de sua cultura-conhecimento que não possa alcançar-se sem amor — daí a importância da interculturalidade. A paz da humanidade depende da paz entre as culturas. Este livro quer ser uma contribuição para enfrentar-se a este problema. A interculturalidade põe em questão os mitos dominantes do “status quod” atual, mas leva-nos a uma relatividade liberadora. A humanidade se encontra agora frente a uma encruzilhada de dimensões históricas. Este é o verdadeiro desafio da chamada globalização: ou a civilização tecno-científica é superior a toda outra cultura e, portanto, está chamada a se impor, ou existem também outras culturas que permitem igualmente ao homem alcançar sua plenitude e sua felicidade.
13. Raimon Panikkar, La puerta estrecha del conocimiento: sentidos, razón y fe, Ed. Herder, 2009, 208 p., título original: , ISBN: 978-84-254-2553-0. Título original: La porta stretta della conoscenza, traducción Germán Ancochea.
Durante os últimos quatro séculos, a cultura ocidental invadiu lentamente as outras culturas do planeta elevando a ciência e a tecnologia à categoria de critérios últimos de verdade. No entanto, nenhum conhecimento particular é independente de uma visão mais explícita da totalidade e o conhecimento deste “todo” não se obtém pela soma dos conhecimentos particulares. A única maneira de adquiri-lo é abrindo os três ferrolhos da porta da sabedoria: com os sentidos se “toca” um aspecto da realidade, com a razão se “descobre” o que nos rodeia e com a fé se é “consciente” de que tem algo mais. Só integrando estas três dimensões é possível conhecer a relação ininterrompida de harmonia entre o homem, o mundo e o infinito. Mas a porta do conhecimento é estreita e requer uma pureza de coração que não é fácil de lograr: é a experiência plena da vida, a experiência mística, que é um dom oferecido à todos.
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Bibliografia em francês:
1. Raimon Panikkar, Lettre sur l’Inde, ed. Casterman, Paris, 1963.
Entre os países do terceiro-mundo, a Índia tem um lugar eminente pelo seu peso demográfico, por sua posição política, por sua cultura antiga, pelo seu espiritualismo tradicional. Sua evolução atual pode ter para o futuro de nosso planêta uma importância considerável.
Mas quando queremos iniciarmos na situação desse país imenso e complexo, à sensibilidade algumas vezes tão diferente da nossa, arriscamos de nos extraviar entre inúmeros volumes, excelentes certamente mas que se situam à um nível de especialização que ultrapassa nossas necessidades. Outros são reportagens, frequentemente bem feitas, mas que ficam demasiado na superfície das coisas para nos permitir penetrar além das aparências e das primeiras impressões.
Raimon Panikkar tem a grande vantagem de conhecer intimamente por sua vez a Índia e o Ocidente. Dirigindo-se à nós, como à um amigo, sua “ Lettre sur l’Inde” , pode então escolher o que é importante de nos fazer descobrir e a maneira a mais adequada de nos fazer verdadeiramente compreender. Seu livro não pretende dizer tudo; abre-nos um caminho que nos permitirá abordar as coisas indianas com inteligência.
2. Raimon Panikkar, Éloge du Simple, Ed. Albin Michel, Paris, 1995.
« Ninguém que aspire de todo seu ser atingir o objetivo último da vida renunciando à tudo o que não é indispensável ». É a busca de uma bem-aventurada simplicidade através do monaquismo. Mas esse livro é muito mais que isso, define em 9 sutras ou princípios fundadores o « cânone do discípulo »:
I. abrir-se à aspiração primordial.
II. o primado do ser sobre o ter e o fazer.
III. o silêncio passa antes da palavra.
IV. a própria terra antes da companhia dos homens.
V. ultrapassagem do espaço-temporal.
VI. consciência trans-histórica.
VII. a plenitude da pessoa.
VIII. o primado do sagrado.
IX. a memória do absoluto e a lembrança constante de sua presença.
3. Raimon Panikkar, Entre dieu et le Cosmos, Ed. Albin Michel, Paris, 1998.
Esse mestre espiritual nascido de pai hindu e mãe cristã, dedicado toda sua vida na união inter-religiosa, pesquisou a unidade e a simplicidade, convida em permanência à descobrir a natureza não dualista do real.
Nesta obra, que é uma entrevista com G. Jarczyk, nos entrega uma visão trinitária da realidade entre o homem, Deus e o Cosmos. Fala-nos do Oriente e do Ocidente, da Bíblia, dos Vedas, do Cristo, de Buddha, da injustiça, da Fé, da ética da ciência e da experiência mística.
4. Raimon Panikkar, Une christophanie pour notre temps, Ed. Actes Sud, Paris, 2001.
Num texto de grande concisão dá sua visão do cristianismo, cuja universalidade é anterior ao ensino do próprio Cristo, põe em perspectiva a mensagem do Cristo tal como pode ser vivida numa « cristofania para nosso tempo ».
5. Raimon Panikkar, l’Expérience de Dieu, Ed.Albin Michel, Paris, 2002.
O autor nos arrasta para as reflexões e fala de Deus, do silêncio interior, da Fé, um discurso sobre um símbolo e não sobre um conceito, Deus não é o único símbolo do divino, a crença, o Yin, a concepção cristã do divino, distinção entre Jesus e o Cristo, o Amor, a Alegria, o Sofrimento, o Mal, o Perdão, a Natureza.
6. Raimon Panikkar, Dieu, Yaweh, Allah, Shiva : l’inévitable dialogue, Ed. Le Relié , Paris, 2002.
Porque a liberdade tem necessidade de saber. Porque o saber verdadeiro, admira, reforça e vivifica, é preciso re-dizer como as luzes: ouse saber. Essa obrinha é a experiência dos inevitáveis reencontros das culturas e das religiões que enriquecem o homem. Devemos entrar em sintonia com a terra sob nossos pés, os humanos ao nosso lado e o céu acima de nós. este pequeno texto nos oferece as chaves para alcançar isso.
7. Raimon Panikkar, La Trinité, une expérience humaine primordiale, Ed. du Cerf, 2003.
Acredita-se que a Trindade seja uma exclusividade da teologia cristã, na realidade acha-se expressa sob outros símbolos na maioria das culturas humanas. A trindade não nos fala somente da profundeza do que é transcendente, mas também da altura do que é humano e da realidade do que é terrestre. Todas as tradições se encontram nesta instituição trinitária que procura alcançar as raízes de toda realidade.
8. Raimon Panikkar, Initiations aux Vedas, Ed. Actes Sud, Paris, 2003.
Raimon Panikkar, padre e filósofo considerado como um dos grandes pensadores do século, apresenta aqui uma iniciação aos Vedas, os textos religiosos e poéticos que formam os primeiros documentos literários da Índia. Os Vedas, Aurora e nascimento, germinação e crescimento, floração e plenitude, crepúsculo e declínio, morte e ressurreição, vida nova e liberdade.
9. Raimon Panikkar, Le Silence du Bouddha, Ed. Actes Sud, Paris, 2006.
Quando lhe colocam as questões últimas da religião, Buddha se cala. Porque ? O budismo é uma religião ateia ? Pode-se dizer que o ateísmo moderno é uma nova religião ? O silêncio do Buddha interroga a consciência ocidental: o monoteísmo é essencial ao cristianismo ? Em que a modernidade ocidental é modelada de cristianismo ? Não podemos em nossos dias ficar surdos às vozes dos outros povos e das outras culturas. Mas para escutar, sem fazer erros de interpretação, é necessário prestar atentamente atenção (ser todos ouvidos). O silêncio do Buddha poderia talvez tornar-se eloquente para todos aqueles que estão saturados de verborragias tanto científicas quanto religiosas.
Esse livro, fruto de várias décadas de estudo e experiência, tenta ultrapassar a parede que a cultura ocidental erigiu muito frequente entre os ditos ateus e os ditos crentes; pois a sabedoria do Buddha transcende esta distinção. O Silêncio do Buddha não é uma apologia nem do budismo, nem do cristianismo, nem do ateísmo, mas tenta sobretudo, sem espírito camarada, de achar um fio condutor capaz de nos guiar através dessas três grandes sabedorias multi-seculares. Esta boa introdução ao budismo que reproduz alguns de seus textos essenciais nos permite refletir sobre a situação espiritual do homem contemporâneo.
10. Raimon Panikkar, La plénitude de l’homme, Ed. Acte Sud, Paris, 2007.
Como o próprio autor indica no início desse livro, essas páginas são uma reflexão sobre a condição humana em sua dimensão a mais profunda e a menos submissa às vicissitudes históricas: seu desejo de plenitude e de vida, de felicidade e de infinito, de verdade e de beleza, além das contingências religiosas e culturais. A Plenitude do homem concentra em poucas páginas a paixão e a demanda de toda uma vida. A primeira parte da obra propõe uma reflexão sobre a figura central da consciência cristã e um aprofundamento da cristologia clássica. A segunda decifra, de maneira pessoal, a experiência mística de Jesus de Nazaré. A terceira define em nove curtas sentenças (ou sûtra) uma nova formulação do mistério cristão.