Nada, talvez, impressione ou confunda tão estranhamente um estudante cristão da vida de Sri Ramakrishna como o fato de que esse hindu dos hindus, sem repudiar de forma alguma seu hinduísmo, mas esquecendo-o momentaneamente, por volta de 1866 entregou-se completamente ao caminho islâmico, repetiu o nome de Alá, vestiu o traje e comeu a comida de um muçulmano. Essa entrega ao que deveríamos chamar na Índia de águas de outra corrente do único rio da verdade resultou apenas em uma experiência direta da visão beatífica, não menos autêntica do que antes. Sete anos depois, Ramakrishna, da mesma forma, provou experimentalmente a verdade do cristianismo. Durante algum tempo, ele ficou completamente absorvido pela ideia de Cristo e não tinha espaço para nenhum outro pensamento. O que realmente aconteceu foi que ele agora podia confirmar, com base em sua experiência pessoal: “Também pratiquei todas as religiões, hinduísmo, islamismo, cristianismo, e também segui os caminhos das diferentes seitas hindus. Em uma delas, o hindu retira água com um jarro e a chama de jala; em outra, o muçulmano a usa em garrafas de couro e a chama de pani; em uma terceira, o cristão encontra o que chama de ‘água‘”. [AKC]
