ESCATOLOGIA — SALVAÇÃO
VIDE: soteria
El pensamiento griego abría a los hombres la vía real de una salvación posible, por no decir verosímil. El hombre, según este pensamiento, es un animal provisto de Logos. Por su animalidad, por su cuerpo natural, depende de lo sensible, sometido al devenir. A este respecto, es un ser perecedero, condenado a la descomposición y la muerte. Pero, provisto de Logos y, así, de la capacidad de contemplar los arquetipos inteligibles de las cosas y, a través de ellos, la luz del absoluto que las ilumina, posee a su vez un alma o, más bien, «no es nada más allá de su alma» (Alcibiades, 38c). Basta con que ésta última se aleje del mundo sensible a fin de unirse al nous eterno y abismarse con él en la contemplación de lo Inteligible para que sea eterna como aquél. Estos esquemas de origen platónico — que serán los de la gnosis — eran conocidos por todos los griegos.
Y he aquí que el cristianismo sitúa la salvación en el cuerpo. ¡Se va a confiar el cuidado de arrancarnos de la muerte a este cuerpo material y putrescible, presa del devenir y, lo que es más, sede del pecado, a este órgano de la atracción sensible, víctima predestinada de todos los señuelos y ídolos! A medida que adquiramos los medios para ello daremos a conocer el análisis de esta extraña economía de la salvación que había de provocar la hilaridad de los griegos. Cuando, sobre el Areópago de Atenas, Pablo se esfuerce por explicarles cómo la inmortalidad del hombre descansa en la resurrección del cuerpo, su auditorio, como se sabe, le abandonará entre bromas: «De esto te oiremos hablar en otra ocasión» (Hechos 17, 32). (Michel Henry, ENCARNAÇÃO)
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Doroteo de Gaza: SALVAÇÃO
Joaquim Carreira das Neves: A SALVAÇÃO NO EVANGELHO DE JOÃO
Ananda Coomaraswamy: SALVAÇÃO
Henri-Charles Puech: A SALVAÇÃO PESSOAL DO GNÓSTICO
Hans Jonas: A RELIGIÃO GNÓSTICA
No Gnosticismo a natureza radical do dualismo determina a doutrina da salvação. Tão estrangeiro quanto o Deus Transcendente é “deste Mundo” é o eu pneumático no meio dele. A meta do esforço gnóstico é liberar o “Homem Interior” das garras do Mundo e seu retorno ao reino nativo da Luz. A condição necessária para isto é que ele “conheça” sobre este Deus Transmundano e sobre ele mesmo, ou seja, sobre sua origem divina assim como sua situação presente, e da mesma forma também sobre a natureza do Mundo que determina esta situação. Como uma fórmula de Valentino coloca:
O que libera é o conhecimento de quem somos, o que nos tornamos, onde estávamos, onde fomos jogados; a onde apressarmo-nos, de onde redimirmo-nos; o que é nascimento e o que é renascimento. GNOTHI SEAUTON
Este conhecimento, entretanto, é negado ao homem por sua própria situação, posto que a “ignorância” é a essência da existência mundana, assim como era o princípio do mundo vir a existir. Em particular, o Deus Transcendente é desconhecido no mundo e não pode ser descoberto dele e nele; portanto a revelação é necessária. A necessidade dela é fundada na natureza da situação cósmica; e sua ocorrência altera esta situação em seu aspecto decisivo, aquele da “ignorância”, e é assim ela mesma já uma parte da salvação. Aquele que aporta é um mensageiro do mundo de luz que penetra as barreiras das esferas, supera os Arcontes, desperta o espírito de sua sonolência terrestre, e concede-o o conhecimento salvador “de fora”. A missão deste salvador transcendente começa mesmo antes da criação do mundo (posto que a queda do elemento divino precedeu à criação) e corre paralelo a sua história. O conhecimento assim revelado, mesmo chamado simplesmente “o conhecimento de Deus”, compreende o conteúdo por inteiro do mito gnóstico, com tudo que tem para ensinar sobre Deus, homem e mundo; ou seja, contém os elementos de um sistema teórico. Do lado prático, entretanto, é mais particularmente “conhecimento do caminho”, ou seja, do Caminho da alma para fora deste Mundo, compreendendo as preparações sacramentais e mágicas para sua futura Ascensão e os nomes secretos e fórmulas que forçam a passagem através de cada esfera. Equipado com esta gnosis, a alma depois da morte viaja para cima, deixando para trás em cada esfera a Vestimenta psíquica contribuída pela esfera: assim o espírito despido de todas os estranhos acréscimos alcança o Deus além do mundo e se torna reunida com a substância divina. Na escala do drama divino total, este processo é parte da restauração da própria integridade da Deidade, a qual em tempos pré-cósmicos se tornou enfraquecida pela perda de porções da substância divina. É através destas somente que a Deidade se faz envolvida no destino do Mundo, e é para reencontrá-las que seu mensageiro intervém na história cósmica. Com a finalização deste processo de reunião (de acordo com alguns sistemas), o Cosmo, privado de seus elementos de luz, irá chegar a um fim.