A Verdade, portanto, não pode ser encontrada apenas pelo pensamento, ou seja, por uma faculdade que, devido à sua natureza dualista, não pode ir totalmente além do abismo de sua dúvida; por outro lado, o homem não pode encontrar a Verdade sem qualquer ajuda do pensamento, porque ele é um ser pensante, e se o pensamento não tivesse nenhuma conexão com a Verdade, o homem também não teria nenhum vínculo consciente com ela. Uma coisa é certa: a noção mental da Verdade existe; o pensamento a opõe ao erro e a identifica com o conceito do Real. Isso indica, ad extra, uma relação entre o pensamento e a Verdade, uma “relação” que, ad intra, não é outra senão o Espírito. É o Espírito que conduz à Verdade. O pensamento constitui o elo entre o homem e o Espírito, mas ao mesmo tempo se interpõe como um obstáculo, por causa de seu dualismo “orgânico”, cujas expressões são a dúvida e o erro. O pensamento não pode, portanto, superar o erro e integrar-se à Verdade, sem se conformar ao Espírito e, por fim, desaparecer nele (Leo Schaya, O homem e o Absoluto segundo a Cabala).